Tremores em MG: Triângulo e Zona da Mata têm 2 abalos em um fim de semana

Fenômenos de baixa intensidade foram registrados em Planura e Juiz de Fora; sismólogo explica por que Minas é o estado com mais ocorrências

, em Uberlândia

-

Dois tremores de terra em Minas Gerais foram registrados pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), no último sábado (4) e domingo (5). Os abalos, de baixa intensidade, ocorreram em Planura, no Triângulo Mineiro, e Juiz de Fora, na Zona da Mata, sem registros de feridos ou danos estruturais.

Planura
Vista de Planura, no Triângulo Mineiro, onde o tremor de terra de magnitude 2,8 foi registrado neste domingo (5) – Crédito: Divulgação/Panoramio

📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

O tremor mais recente aconteceu na manhã de domingo (5), por volta das 9h00, em Planura, e teve magnitude de 2,8 mR na escala Richter. Segundo o Centro de Sismologia, o evento foi captado pelas estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) e analisado em parceria com o Observatório Nacional e o Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM).

Já no sábado (4), outro tremor foi registrado em Juiz de Fora, com magnitude de 1,7 mR. Apesar de considerado leve, moradores relataram estrondos e pequenas trepidações em portas e janelas, o que levou a diversos chamados ao Corpo de Bombeiros e à Defesa Civil. Após vistorias em imóveis na região Sul da cidade, nenhuma estrutura danificada foi encontrada.

De acordo com vídeo publicado pelo sismólogo Bruno Collaço, do Centro de Sismologia da USP, pequenos tremores de terra em Minas Gerais são comuns. “O estado é o que mais registra abalos sísmicos no país. Esses tremores naturais geralmente ocorrem por causa das grandes pressões geológicas que atuam na crosta terrestre”, explicou.

×

Leia Mais

O especialista reforçou que Juiz de Fora registrou um evento de magnitude 2.6 em 1991 e outros dois tremores aconteceram na região, mais próximos de Barbacena, o maior deles com magnitude 3.7.

“A grande maioria dos tremores tem causas naturais e está associada às grandes pressões geológicas que atuam na crosta terrestre. O que as pessoas sentem é resultado de uma movimentação súbita ao longo de alguma falha ou fratura geológica, que escorrega devido a essas pressões”, finalizou.

Planura registrou tremor de terra de 2,8 mR neste domingo (5) – Crédito: @redesismograficabr/Redes Sociais

A escala Richter mede a energia liberada durante um abalo sísmico. Tremores abaixo de 3 graus são considerados leves e raramente causam danos. Entre 3 e 5 graus, podem ser sentidos por mais pessoas e provocar pequenos impactos estruturais, enquanto eventos acima de 6 graus são incomuns no Brasil.

O último registro de tremor no estado antes desse fim de semana havia ocorrido no dia 4 de outubro, também em Juiz de Fora. Em setembro, a USP registrou dois abalos em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Tremores de terra em Minas Gerais

Segundo o especialista do Centro de Sismologia da USP, o Brasil não está localizado em regiões de encontro de placas tectônicas, onde normalmente ocorrem grandes terremotos. No entanto, sismos de baixa magnitude podem acontecer em razão de ajustes naturais em falhas geológicas já existentes no interior da crosta terrestre.

“O que ocorre em Minas Gerais são acomodações de falhas geológicas. São processos naturais, que acontecem com certa frequência, mas, em geral, não oferecem risco à população”.

Esses pequenos abalos, mesmo sem impacto perceptível no dia a dia das cidades, são importantes para os estudos científicos, por ajudarem a monitorar a atividade sísmica brasileira e a compreender o comportamento do solo.