Sobrinho que arrancou o coração da tia deixa hospital psiquiátrico e vai morar em SP

Após crime brutal em 2019, Lumar Costa volta ao convívio social; laudos indicam estabilidade, mas família da vítima teme novos episódios de violência

, em Uberlândia

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Lumar Costa da Silva, de 34 anos, autor de um dos crimes mais chocantes da história recente de Mato Grosso, recebeu alta médica e deixou o hospital psiquiátrico onde estava internado desde 2019. Ele arrancou o coração da tia e entregou o órgão à filha da vítima. Agora, após decisão judicial baseada em laudos que atestam sua “estabilidade clínica”, ele cumprirá medida de segurança em regime ambulatorial intensivo em Campinas.

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Homem arrancou o coração da tia em 2019 e agora saiu do hospital psiquiátrico
Lumar Costa arrancou o coração da tia em 2019 e agora recebeu autorização para deixar o hospital psiquiátrico – Crédito: Internet/Reprodução

A decisão foi assinada pelo juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto, da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, no dia 18 de junho, com base em pareceres médicos que apontam melhora no quadro de saúde mental de Lumar. Os laudos confirmam o diagnóstico de Transtorno Afetivo Bipolar tipo I, agravado pelo uso de substâncias alucinógenas, mas sustentam que ele pode ser tratado fora do ambiente hospitalar, desde que sob rígido acompanhamento médico e legal.

Entre as condições impostas pela Justiça, Lumar está proibido de sair de Campinas sem autorização judicial, frequentar locais considerados de risco — como casas de prostituição e pontos de tráfico — e fazer uso de qualquer tipo de droga ou bebida alcoólica. Ele também será monitorado por uma equipe multiprofissional do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade paulista, onde residirá com o pai, que foi nomeado curador responsável.

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Na época do crime, Lumar estava há poucos dias morando com a tia em Sorriso (MT), após ter tentado matar a própria mãe em Campinas. Sob efeito de droga e em surto psicótico, ele esfaqueou Maria Zélia, arrancou o coração da tia e levou o órgão até a casa da prima, que também foi ameaçada. Ele ainda roubou o carro da tia e tentou sequestrar a neta dela, uma menina de apenas sete anos.

Durante depoimento à polícia, Lumar afirmou ter ouvido “vozes do universo” que o mandaram cometer o crime. “Matei e não me arrependo”, declarou à imprensa na saída da delegacia. Posteriormente, foi diagnosticado com transtorno mental grave e considerado inimputável, sendo absolvido e transferido para tratamento psiquiátrico por tempo indeterminado.

Doença psiquiátrica

Segundo o laudo mais recente, assinado pelo psiquiatra forense Rafael de Paula Giusti, Lumar apresenta um quadro clássico de Transtorno Afetivo Bipolar tipo I. O documento ressalta que o uso de drogas pode multiplicar em até dez vezes a chance de pacientes com esse transtorno cometerem atos violentos. O laudo também destaca a necessidade de tratamento contínuo, já que o paciente demonstra impulsividade e instabilidade emocional significativas.

Ainda assim, a Justiça entendeu que, com as condições impostas, é possível sua permanência fora do ambiente hospitalar. Ao fim de um ano, uma nova avaliação psiquiátrica será feita para reavaliar sua periculosidade e as possibilidades de alteração no regime de tratamento.