Sete anos após tragédia, parentes falam sobre condenação no caso da família Monare

Parentes de Belkis, a mãe da família, afirmam que a Justiça foi feita, mas destacam que a dor permanece

, em Uberlândia

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Sete anos após o acidente que matou três pessoas da família Monare, em Araguari, os parentes de Belkis Miguel (a mãe) comentaram a condenação de Stefânia Andrade Resende, a 12 anos e 6 meses de prisão. Para eles, a decisão que aconteceu nesta quarta-feira (24) encerra um ciclo de dor e representa justiça.

João Carlos Miguel, pai de Belkis, rlembra o dia da tragédia – Crédito: Lorena Soares/ TV Paranaíba

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Em entrevista ao Paranaíba Mais, João Carlos Miguel, pai de Belkis, afirmou: “para nós, como faz parte da família, eu creio que a Justiça foi feita e nós temos essa sensação de que foi tudo perfeito conforme a vontade de Deus. Crendo que muitas vidas, através desse momento, poderão ter paz no coração e saber que não houve impunidade, mas sim a Justiça. Para nós, temos essa sensação de que tudo ocorreu conforme a vontade de Deus”.

João Carlos também recordou as lembranças da noite do acidente. “Voltar ao mesmo caminho é doloroso e traz lembranças muito fortes. Isso abala a gente psicologicamente”.

Ele falou ainda sobre o neto que sobreviveu ao acidente. “Ele está bem, crescendo com acompanhamento psicológico. Nossa família faz o possível para que ele tenha uma vida plena”, disse.

“Eu perdoo, mas a Justiça precisa ser feita”

Antes da condenação, em entrevista a TV Paranaíba, Carlos Miguel, irmão de Belkis, disse que optou pelo perdão por convicção de fé, mas cobrou responsabilização. “Hoje eu perdoo ela por tudo o que aconteceu, porque nada vai trazê-los de volta. Mas a Justiça precisa ser feita para que outras famílias não passem por isso”.

Ele descreveu o impacto de sete anos de espera. “É um ciclo que precisa se encerrar. Foram dois júris adiados. A gente quer uma resposta que dê paz e evite que outra família remoa essa dor por tanto tempo”.

Como foi o acidente

O acidente aconteceu em outubro de 2018, quando o carro da família foi atingido na traseira e arremessado para fora da pista da BR-050, em uma área de difícil visualização. Três pessoas morreram, e o filho mais novo, então com 6 anos, sobreviveu.

O caso ganhou repercussão nacional pela demora na localização do veículo e pela história do menino, encontrado após escalar um barranco e indicar o local do carro.

Caso da família Monare

  • Outubro de 2018 — Acidente na BR-050 entre Araguari e Uberlândia; três mortos e um sobrevivente
  • 2019–2024 — Atos processuais mantêm o caso em evidência; dois júris adiados
  • 24 de setembro de 2025 — Júri popular em Araguari; ré ausente, condenada a 12 anos e 6 meses