Saiba quem é Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma preso por esquema bilionário em SP

Empresário e dono da Ultrafarma foi preso suspeito participar da corrupção envolvendo auditores fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda

, em Uberlândia

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O empresário e dono da Ultrafarma, Sidney Oliveira, foi preso nesta terça-feira (12) em uma operação do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Aos 71 anos, ele é alvo de uma investigação sobre um esquema bilionário de corrupção envolvendo auditores fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda.

O dono da empresa foi preso em sua chácara, em Santa Isabel (SP). Natural de Nova Olímpia, cidade com pouco mais de 5.800 habitantes no interior do Paraná, Sidney Oliveira começou a trabalhar em uma farmácia local aos 9 anos. Já adulto, passou a vender medicamentos até conseguir montar uma rede de 12 farmácias na região.

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Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma
Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma – Créditos: Creative Commons/Márcia Stival
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Segundo o portal Folha Vitória, nos anos 1980 o empresário se mudou para São Paulo (SP), mas não conseguiu competir com o mercado. Em 2000, fundou a Ultrafarma, inspirado por uma viagem ao exterior. A proposta da empresa era vender medicamentos, principalmente de uso contínuo, por preços mais baixos.

Pouco tempo depois, Sidney Oliveira se tornou o garoto-propaganda da marca. Hoje, seu rosto ainda estampa a maior parte das publicações nas redes sociais oficiais da empresa.

Segundo o site oficial da Ultrafarma, a empresa venceu o Prêmio Top of Mind Internet em 2007, por ser a primeira marca de farmácia mais lembrada na internet no Brasil. A marca ainda recebeu outras 19 premiações até 2019.

A operação que mira Sidney Oliveira

Além de Sidney, o diretor da Fast Shop, Mario Otávio Gomes, também foi preso. Ele foi localizado em um apartamento na zona norte de São Paulo (SP). Outro fiscal, suspeito de atuar na “ponta” do esquema em causas relacionadas ao município de Osasco, também teve a prisão decretada. Um terceiro auditor, já aposentado, foi alvo de mandados de busca e apreensão.

Segundo as investigações, o grupo recebia propina para acelerar a liberação de créditos tributários de grandes empresas do varejo, movimentando cerca de R$ 1 bilhão desde 2021. Sacos com esmeraldas, mais de R$ 1 milhão em espécie e uma empresa de fachada no nome da mãe de um dos fiscais fazem parte do caso, que ainda pode atingir outros nomes do setor.

De acordo com o MPSP, o esquema era articulado por Artur Gomes da Silva Neto, auditor fiscal concursado, que orientava empresas sobre como apresentar pedidos de ressarcimento de ICMS e, em troca de pagamentos mensais, aprovava rapidamente os processos. As apurações indicam que Artur chegou a ter acesso ao certificado digital da Ultrafarma para protocolar solicitações diretamente.

As ações criminosas do grupo incluíam a Smart Tax, empresa registrada em nome da mãe do fiscal e usada para mascarar os repasses milionários. Até junho de 2021, a companhia não tinha clientes nem atividade, mas passou a receber dezenas de milhões de reais da Fast Shop a partir do segundo semestre do mesmo ano.