Receita Estadual mira fraudes em postos de combustíveis e faz operação em Minas
Ação busca identificar máquinas de cartão irregulares usadas para sonegar ICMS; operação simultânea ocorreu em 14 delegacias fiscais
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O Governo de Minas Gerais intensificou o combate à sonegação de impostos em postos de combustíveis com a deflagração da operação (Pós)tumos, realizada pela Receita Estadual, na terça-feira (7). A ação fiscalizou 89 postos de combustíveis em seis regiões do estado, incluindo cidades como Uberlândia, Belo Horizonte, Divinópolis e Juiz de Fora, com o objetivo de coibir o uso irregular de máquinas de cartão (POS) desvinculadas dos estabelecimentos.
O esquema fraudulento permitia que pagamentos feitos pelos consumidores ficassem fora dos registros oficiais, burlando o sistema fiscal e sonegando ICMS.
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De acordo com a Secretaria de Estado de Fazenda (SEF), a irregularidade prejudica a arrecadação, cria concorrência desleal e enganam o consumidor, já que as vendas não são registradas oficialmente. “O Fisco mineiro está se antecipando e agindo com inteligência para impedir que essa prática se espalhe pelo estado”, afirmou o secretário de Fazenda, Luiz Cláudio Gomes.
As fiscalizações ocorreram de forma simultânea em 14 delegacias fiscais, entre elas Uberlândia, Uberaba, Patos de Minas, Poços de Caldas, Manhuaçu e Varginha, e foram direcionadas a postos que apresentavam indícios de irregularidades. Segundo o levantamento da Receita Estadual, essas empresas emitiram notas fiscais entre abril e junho de 2025, mas não registraram movimentação de cartões no mesmo período, o que levantou suspeitas de fraude.
Além da ação de campo, o governo reforçou que o consumidor é um aliado essencial na fiscalização. A campanha da Nota Fiscal Mineira incentiva os cidadãos a pedirem o documento fiscal com CPF nas compras de combustíveis e lubrificantes, o que gera bilhetes em dobro para o sorteio de R$ 50 mil, programado para 20 de outubro.
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“Mais do que participar dos sorteios, cabe ao consumidor verificar se o CNPJ impresso no comprovante de pagamento é o mesmo do posto revendedor. Caso perceba diferença ou indícios de fraude, deve denunciar à fiscalização”, destacou o secretário.
A operação integra um conjunto de ações de combate a fraudes financeiras, a exemplo da Operação Carbono Oculto, que investigou o uso de fintechs para lavagem de dinheiro. Com a (PÓS)tumos, o Fisco mineiro reafirma o compromisso de impedir esquemas de sonegação e garantir a concorrência justa no mercado de combustíveis.
O nome da operação faz referência às máquinas de cartão, conhecidas como Point of Sale (POS), ou “ponto de venda”, em tradução livre do inglês.
Operação Valete
Também na terça-feira (7), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou a segunda fase da Operação Valete, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida com o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro no Alto Paranaíba. Ao todo, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, sendo 31 em Patos de Minas, um em Uberlândia e outro em Patrocínio.

Durante a ação, quatro homens, com idades entre 28 e 47 anos, foram presos. Conforme a investigação, o grupo possui ramificações em diversos bairros de Patos de Minas e também em municípios vizinhos, onde mantinha uma rede de distribuição de drogas e movimentação financeira suspeita.
De acordo com a PCMG, esta nova fase da operação concentra esforços na repressão aos traficantes da ponta, intermediários e distribuidores locais que mantêm contato direto com usuários e microtraficantes. A corporação informou que as investigações prosseguem para identificar outros envolvidos e aprofundar a apuração sobre a origem dos recursos movimentados pela organização.