Quem é o Marcola, líder de facção criminosa que pediu R$ 74 mil de indenização após vazamento de vídeos íntimos
Líder de uma das maiores organizações criminosas do Brasil, começou sua jornada no crime muito jovem com pequenos crimes
Marcos Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, é uma figura associada ao crime organizado no Brasil, especialmente ligado à maior facção criminosa do país.

Marcola e o início no crime
Marcola nasceu em Osasco, São Paulo, em 1968. Sua trajetória criminosa começou ainda jovem, com envolvimento em pequenos delitos. Com o tempo, ele ascendeu dentro do grupo criminoso de maior destaque no país e se tornou importante na estrutura da organização.
A acusação de que Marcola seria o líder máximo da facção é recorrente, porém, ele sempre negou formalmente essa informação. A própria facção, por sua vez, adota uma estrutura descentralizada, dificultando a identificação de um único líder.
As acusações e prisão de Marcola
Marcola é alvo de inúmeras acusações, entre elas:
- Comando de organização criminosa: é acusado de comandar a maior facção criminosa do país, ordenando diversos crimes, como tráfico de drogas, assaltos a bancos e homicídios.
- Lavagem de dinheiro: é investigado por movimentar grande quantidade de dinheiro provenientes de atividades ilícitas;
- Corrupção: há acusações de que Marcola teria relações com agentes públicos, com o objetivo de obter benefícios para a organização criminosa.
Diante dessas acusações, Marcola está preso em regime fechado, cumprindo diversas penas. Sua prisão é considerada de alta segurança, com constantes medidas para evitar que ele mantenha contato com o mundo exterior e continue comandando o PCC.
Pedido de indenização milionária
Marcola acionou a União em busca de uma indenização de R$ 74 mil, depois do vazamento de vídeos e áudios de conversas privadas que ele manteve com familiares, incluindo seu filho adolescente, em um local reservado na Penitenciária Federal de Brasília.
O episódio aconteceu em novembro de 2021 e janeiro de 2022, quando as conversas foram gravadas durante as visitas. Porém, os registros só vieram à tona em agosto de 2022, quando foram amplamente divulgados pela mídia.
A defesa de Marcola entrou com o pedido de compensação em novembro do ano passado, alegando violação à privacidade e à dignidade do detento e de seus familiares. Contudo, menos de um mês depois, o próprio Marcola decidiu retirar a ação, antes mesmo que a Justiça Federal tivesse a oportunidade de avaliar o caso.
No pedido judicial, o advogado de Marcola argumentou que a divulgação das conversas, que não envolviam questões criminais, representava um desrespeito grave à intimidade da família e comprometia a credibilidade do sistema de Justiça.
Ele também ressaltou que os diálogos entre Marcola e uma de suas defensoras foram igualmente expostos, o que, segundo ele, configuraria uma violação dos princípios constitucionais e do Estado Democrático de Direito.
A defesa ainda apontou que Marcola enfrenta restrições severas durante as visitas, como a proibição de abraçar seus familiares e a impossibilidade de manter contato com seu irmão, Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, conhecido como Marcolinha, também detido na Penitenciária Federal de Brasília.
Além disso, o advogado denunciou que a qualidade da comida servida ao detento seria precária, causando-lhe danos físicos, como perda significativa de peso.
O pedido de indenização visava a reparação pelos danos morais sofridos, estipulados em um valor mínimo de R$ 74 mil. No entanto, a ação foi retirada antes que qualquer decisão pudesse ser tomada.
Por sua vez, a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), órgão responsável pela administração das penitenciárias federais, negou as alegações relacionadas à alimentação, afirmando que as refeições servidas aos presos são adequadas, testadas, balanceadas e preparadas com o devido cuidado, conforme as normas estabelecidas para o tratamento de detentos.