Operação resgata homem em situação de cárcere privado e trabalho escravo em Planura
A Polícia Federal prendeu três suspeitos de manterem a vítima em situação de trabalho análogo à escravidão
Um homem que vivia em situação de cárcere privado e trabalhava sem receber salário — apenas em troca de moradia e alimentação — foi resgatado em Planura, no Triângulo Mineiro, durante a Operação Novo Amanhã.
A ação foi realizada pela Polícia Federal, pelo Ministério Público do Trabalho e pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Gerência Regional do Trabalho em Uberaba.
A situação foi denunciada por meio do Disque 100, um canal gratuito de denúncias de violações de direitos humanos, que funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

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Da denúncia à constatação
O relato detalhava que o homem era mantido em cárcere privado e forçado a realizar tarefas domésticas e serviços em um estabelecimento comercial pertencente aos suspeitos. Esses trabalhos, no entanto, não eram remunerados.
A denúncia também indicava a ocorrência de agressões físicas e verbais, isolamento social, retenção de documentos, além de possíveis abusos psicológicos e sexuais. Os fatos relatados apontavam para um histórico de violência contínua, mantido por anos.

Na última terça-feira (8), as autoridades foram até o endereço informado e prenderam três pessoas em flagrante.
Foi constatado que a vítima era mantida há mais de oito anos em condições análogas à escravidão, trabalhando sem salário e recebendo apenas moradia e alimentação. Marcas de agressões físicas foram identificadas e confirmadas por testemunhas. Também há indícios de outras formas de violência, como exploração sexual e extorsão.
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Prisão por cárcere privado e trabalho análogo à escravidão
Os suspeitos foram presos por submeterem o homem a condições degradantes de trabalho e restrição de liberdade.
Celulares, notebooks e pen drives foram apreendidos e serão analisados com autorização judicial.
Os detidos foram encaminhados ao sistema prisional e permanecem à disposição da Justiça. As investigações continuam, com o objetivo de identificar outras possíveis vítimas e responsabilizar todos os envolvidos.