Operação Martelo Virtual: Polícia Civil indicia 38 integrantes de quadrilha de leilões falsos
A organização criminosa agia em Minas Gerais e outros sete estados e movimentou mais de R$ 18 milhões apenas em 2024
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A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu nesta sexta-feira (6) a segunda fase da operação Martelo Virtual, que investiga uma quadrilha que aplicava golpes online de falsos leilões e fazia lavagem de dinheiro. A conclusão do inquérito indiciou 38 investigados pelos crimes de fraude eletrônica, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Segundo a Polícia Civil, as investigações iniciaram em 2023 através da Delegacia de Polícia Civil de Frutal, no Triângulo Mineiro. O grupo criminoso chegou a movimentar mais de R$ 18 milhões somente em 2024, e atuava em oito estados: Minas Gerais, São Paulo, Paraná,. Tocantins, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.
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Grande parte dos indiciados são os principais operadores financeiros do grupo e responsáveis pela lavagem de dinheiro. Eles foram responsabilizados pela prática de múltiplos golpes virtuais e sucessivas manobras de ocultação e dissimulação de valores ilícitos.

Segunda fase da operação
A etapa da investigação foi deflagrada no dia 27 de maio. Foram cumpridos 12 mandados de prisão e 54 de busca e apreensão em 12 cidades do estado de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. Foram apreendidos documentos, 32 veículos e cerca de R$ 60 mil.
A Justiça também autorizou o sequestro de bens e valores, a quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados e o bloqueio de 1.023 contas bancárias que pertencem a 82 pessoas físicas e jurídicas.
A Polícia Civil estima que mais de 250 pessoas foram vítimas da organização criminosa. Os prejuízos, em alguns casos, chegaram a quase R$ 200 mil por pessoa.
A investigação contou com troca de informações entre os policiais do Paraná e de São Paulo. Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) também apoiaram na segunda fase, identificando movimentações incompatíveis com a renda dos envolvidos. Além disso, forneceram pistas sobre a ocultação dos valores obtidos ilegalmente.
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Primeira fase
Os primeiros desdobramentos da operação aconteceram no dia 20 de abril de 2024. A investigação apontou, na época, que o grupo criminoso agia em diversas cidades, entre elas Frutal e Uberlândia, além de Curitiba e Rolândia, no Paraná.
Dois mandados de prisão foram cumpridos contra um homem, de 27 anos, e uma mulher, de 23, nas cidades de Curitiba e São José dos Pinhais, ambas no Paraná. Foram aprendidos celulares.
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Golpe do Leilão Falso: o que é?
O golpe é aplicado por meio de sites fraudulentos que simulam plataformas legítimas de leilões. Os criminosos copiam o layout de sites confiáveis e alteram pequenos detalhes no endereço eletrônico, mudanças sutis que passam despercebidas por grande parte das vítimas.
Ao pesquisar por leilões na internet, a vítima é facilmente direcionada aos sites falsos, que aparecem entre os primeiros resultados de busca. Após o primeiro contato, os golpistas conduzem a negociação via WhatsApp e solicitam pagamentos por PIX, geralmente para contas de laranjas.