Operação de MG cumpre 132 mandados contra facção ligada ao Comando Vermelho

Segundo a Agência Brasil, 48 mandados de prisão e 84 de busca e apreensão foram cumpridos; grupo criminoso Família Teófilo Otoni é ligada ao Comando Vermelho

, em Uberlândia

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Gaeco, deflagraram a Operação Custo Fidelis contra a organização criminosa Família Teófilo Otoni (FTO), afiliada ao Comando Vermelho (CV), nesta quarta-feira (24). A ação resultou em 48 mandados de prisão, 84 mandados de busca e apreensão e 83 ordens de bloqueios, totalizando mais de R$ 18 bilhões. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri.

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PMMG cumpre mandados contra facção ligada ao Comando Vermelho
PMMG cumpre mandados contra facção ligada ao Comando Vermelho – Créditos: MPMG/Divulgação

Segundo a Agência Minas, os mandados da operação foram cumpridos nos estados de Minas Gerais, Amazonas, Rio de Janeiro e Espírito Santos. A ação, que busca combater a lavagem de dinheiro oriunda do tráfico de drogas da organização criminosa, contou com o apoio da Polícia Civil e o Gaeco do Amazonas.

Oito veículos foram apreendidos e um imóvel de alto padrão de Alagoas, avaliado em R$ 3,9 milhões, foi tornado indisponível.

“Nós não permitiremos que o Comando Vermelho ou nenhuma outra facção criminosa se instale dentro do estado de Minas Gerais sem reação da polícia. Em Minas Gerais, o monopólio da força e o controle da violência é do Estado. E o Estado vai agir com força quando necessário para garantir que a ordem seja mantida e que prevaleça”, disse o vice-governador Mateus Simões durante entrevista coletiva.

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Como funciona organização criminosa

Ainda segundo a Agência Minas, as investigações apontaram que a Família Teófilo Otoni opera com núcleos estruturados de logística, finanças e ataques armados. O grupo criminoso, que tem uma estrutura empresarial, também utiliza fuzis e uniformes policiais para executar rivais.

Em menos de um mês, a FTO adquiriu R$ 8,4 milhões em drogas com fornecedores do Comando Vermelho que operam diretamente do Amazonas. Já a lavagem de dinheiro era sustentada por empresas de fachada nos setores de gás liquefeito, internet, câmbio e, principalmente, comércio atacadista de pescados.

Cada uma das empresas movimentava valores de R$ 25 milhões por ano, recebendo depósitos pulverizados de todo o país, inclusive de Teófilo Otoni e Belo Horizonte, zonas de atuação da FTO.

Segundo o MPMG, relatórios de inteligência financeira encontraram depósitos fragmentados que somaram R$ 2,3 milhões em uma semana. A prática é conhecida como “smurfing”, usada para dificultar a detecção de movimentações suspeitas.