Operação mira venda de acesso a sistemas por hackers brasileiros
PF investiga negociações de dados sensíveis em fóruns da darkweb e cumpre mandados de busca em dois estados
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A Polícia Federal (PF) deflagrou, na quarta-feira (26/2), a Operação Databrokers, com o objetivo de desmantelar um grupo de hackers brasileiros especializados em vender acessos a sistemas de órgãos públicos e empresas, tanto no Brasil quanto no exterior.
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A ação, autorizada pela Justiça Federal em Brasília, resultou em dois mandados de busca e apreensão cumpridos em São Paulo e Minas Gerais.

Os hackers, de acordo com as investigações, operavam em fóruns da darkweb, oferecendo informações sensíveis para acessar sistemas de grandes empresas e órgãos governamentais. Essas vulnerabilidades eram utilizadas para instalar backdoors, ou portas de entrada, permitindo que os atacantes sequestrassem dados ou os utilizassem para extorsão, cobrando resgates das vítimas.
Entre as vítimas descobertas até o momento estão a Heineken no Brasil, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Apesar de não se confirmar até o momento o roubo de dados em todas as operações, a investigação segue com indícios de que os hackers haviam comercializado esses acessos, colocando em risco a segurança de dados valiosos.
Os criminosos, conforme informações levantadas, exibiam-se pelos ataques realizados e tratavam as invasões como “troféus”. A PF, porém, mantém cautela sobre a efetividade dessas invasões, buscando comprovar se houve de fato roubo de dados e quais valores foram movimentados nas transações realizadas, todas feitas em criptoativos, o que dificulta o rastreamento financeiro.
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A investigação teve início após a PF receber informações sobre a atuação do grupo, por meio de uma cooperação jurídica internacional. Durante a apuração, foi identificado que os hackers utilizavam ferramentas de acesso a sistemas adquiridas do grupo Lockbit, um dos maiores produtores de ransomware do mundo, responsável por ataques cibernéticos que sequestram dados por meio de criptografia e exigem pagamento para devolução.
A operação está em andamento e a PF trabalha para avançar nas investigações, buscando confirmar a extensão dos danos causados pelos hackers e o valor envolvido nas transações criminosas.