Namorada do jovem que matou a família planejava matar os pais e é apreendida em MT

Segundo investigações, casal de adolescentes planejava eliminar todos que se opusessem ao relacionamento

, em Uberlândia

-

A namorada do jovem que matou a família foi apreendida em Água Boa, no Mato Grosso (MT), por suspeita de ter incentivado o namorado virtual, de 14 anos, a matar os pais e o irmão de 3 anos em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro. Mais do que cúmplice, a adolescente de 15 anos também teria arquitetado a morte dos próprios pais, de acordo com a Polícia Civil. O plano, segundo as investigações, era eliminar qualquer obstáculo que impedisse o casal de viver o relacionamento iniciado em um jogo online.

📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

Namorada do jovem que matou a família é apreendida em MT e suspeita de articular a morte de seus pais também
Após adolescente confessar crime e ser apreendido, namorada do jovem é apreendida em MT e suspeita de articular a morte de seus pais também – Crédito: TV Record/Reprodução

O caso veio à tona após o garoto confessar os assassinatos cometidos no dia 21 de junho. O jovem esperou os pais dormirem, pegou a arma do pai, registrada como CAC (Colecionador, Atirador e Caçador), e atirou contra a família. Em seguida, tentou ocultar os corpos em uma cisterna nos fundos da casa.

A motivação, segundo o depoimento do jovem, seria a proibição imposta pelos pais à viagem até o Mato Grosso para encontrar a namorada. Ainda de acordo com ele, “faria tudo novamente”.

De acordo com o delegado Matheus Soares Augusto, a adolescente era uma “grande incentivadora” dos crimes. As mensagens trocadas entre os dois indicam que, após a chegada do garoto ao estado, o casal daria continuidade ao plano: ela mataria os próprios pais. “O objetivo final deles era ficar juntos e matar todos aqueles que os impedissem de viver esse amor proibido”, afirmou o delegado.

As mensagens analisadas pelos investigadores mostram que os dois adolescentes mantiveram contato constante antes, durante e depois dos assassinatos. A garota teria conhecimento detalhado sobre o que aconteceria e, segundo a polícia, chegou a conversar com o garoto no dia dos crimes.

A adolescente foi ouvida na presença da mãe, de agentes especializados e do Conselho Tutelar. A apreensão dela ocorreu na noite da última segunda-feira (30), durante operação da Delegacia de Água Boa. O caso está em investigação, e o material digital apreendido com a jovem está sendo periciado.

Já o adolescente foi internado provisoriamente por 45 dias no Centro de Socioeducação (Cense) de São Fidélis, no norte fluminense. Ele responderá por ato infracional análogo a triplo homicídio e ocultação de cadáver. A Justiça do Rio de Janeiro acompanha o caso.

×

Leia Mais

Entenda o caso

A sequência de tragédias começou a ser desvendada depois que a avó do menino registrou o desaparecimento da família. No dia 24, durante uma perícia na casa da família, a polícia encontrou manchas de sangue, roupas sujas e objetos parcialmente queimados. O forte odor vindo da cisterna revelou a localização dos corpos de Antônio Carlos Teixeira, de 45 anos; Inaila Teixeira, de 37; e do filho caçula, de apenas 3 anos.

Além da motivação emocional, a investigação também revelou um possível interesse financeiro: após o crime, o adolescente pesquisou como sacar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço  (FGTS) de pessoas falecidas. Ele descobriu que o pai possuía um saldo de R$ 33 mil e pretendia usar o valor para financiar a viagem até o Mato Grosso. A polícia ainda localizou uma mochila com seus pertences e os celulares da família, o que reforça a suspeita de que ele se preparava para fugir.

O caso revela os riscos da influência de relacionamentos virtuais em jovens e levanta questionamentos sobre o monitoramento do ambiente digital. Enquanto os dois adolescentes estão sob custódia, os detalhes da investigação continuam sendo apurados pelas autoridades do Rio de Janeiro e de Mato Grosso.