Mulher presa por fofocas pode responder por mais 3 inquéritos
A acusação da mulher presa por fofocas é de extorsão e há material postado e mensagens trocadas desde meados do mês de agosto para ser analisado, segundo a Polícia Civil
Os casos envolvendo as fofocas que levaram à prisão de uma mulher 21 anos em Conceição das Alagoas e Uberaba podem gerar outros três inquéritos, sendo um específico envolvendo crimes contra a honra.
Hoje ela está presa por extorsão e ainda há material postado e mensagens trocadas desde meados do mês de agosto para ser analisado, segundo a Polícia Civil. A mulher também poderá ser processada pelas vítimas.
O inquérito da extorsão está vinculado à operação Maledicta Bocca e, de acordo com o delegado Bruno Vinícius, até agora o material obtido pela investigação data até 15 de agosto. De lá até o mês de setembro, ele espera abrir pelo menos outros três inquéritos com a análise das informações mais recentes.
“A investigação ainda vai se desdobrar em outras fases. Temos cerca de 4 gb de materiais em análise e vamos receber mais”, explicou.

Ele salientou que a prisão se deu pelo fato da mulher cobrar para retirar postagens do ar informações íntimas em seu perfil de rede social. “Ela gravou um vídeo falando, em suas palavras, que para apagar tem que pagar. Era um tom de deboche”, disse Vinícius.
Existem pelo menos 10 boletins de ocorrência junto à Polícia Civil sobre fofocas que provocaram algum tipo de problema aos envolvidos. Mas o delegado afirmou que pessoalmente foi procurado por moradores de Conceição das Alagoas falando sobre a página e como isso vinha causando transtornos.
Ela segue detida e em oitiva se manteve em silêncio. Contudo, em conversas com outras pessoas, de maneira informal, ela dizia apenas repassar as informações, não inventando nada. O delegado, por outro lado, diz que em casos de difamação, ela não precisa ser a autora, mas se torna co-autora pelo repasse. O fato desta ser uma atividade lucrativa pode render a ela uma pena dobrada.
As investigações da Operação Maledicta Bocca apontaram que a suspeita exigia pagamentos no valor de até R$ 300 para retirar postagens ofensivas contra vítimas expostas em seu perfil.
Processo de vítimas
Quem quiser constituir advogado e acionar a dona da página de fofocas poderá usar as informações já do primeiro inquérito para embasar queixa-crime contra a suspeita.
Ela, assim, poderá enfrentar novos processos por calúnia, difamação ou injúria.
O delegado diz que neste momento é difícil precisar quantos indiciamentos poderão haver contra a mulher e as penas de possíveis condenações.
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Casos
As fofocas postadas pelo perfil investigado partem de casos de completa irrelevância, como afirmar que uma das vítimas tinha mau cheiro, a acusações que poderiam minar a credibilidade de uma casa que acolhe crianças e que depende de recursos doados.
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“Eram ofensas de conteúdo sexual ou sobre traições. Também íntimas, falando sobre a impotência de homens e de mulheres que ela dizia feder”, apontou Bruno Vinícius. Houve pelo menos dois casamentos desfeitos pelas informações colocadas em postagens.
Entretanto o caso de um lar de crianças chamou mais a atenção por uma acusação de maus-tratos. A instituição não tinha nenhuma denúncia formal contra ela e passou a receber menos doações, o que poderia, em certo momento, impedir seu funcionamento.
A certa altura a dona da página foi encontrada por uma vítima em um bar de Conceição das Alagoas e acabou agredida. Por causa disso, se mudou para a casa do namorado em Uberaba, antes de ser presa.