MP faz perícia independente em corpos de vítimas da megaoperação no Rio
Operação Contenção contra o Comando Vermelho deixou 121 mortos; perícia realizada pelo MP também acolheu familiares em luto
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Subprocuradoria-Geral de Direitos Humanos e Proteção à Vítima (SUBDH), realizou na quinta-feira (30) uma perícia independente dos corpos das vítimas da Operação Contenção, que deixou 121 mortos.
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A perícia nas vítimas da megaoperação no Rio
Segundo o MPRJ, a equipe técnico-pericial atuou desde o recebimento dos corpos, realizando perícia independente em cumprimento às determinações da Corte Interamericana de Direitos Humanos, no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 635), conhecida como ADPF das Favelas.
O trabalho contou com uma equipe de oito profissionais, sob acompanhamento integral de um promotor de Justiça do MPRJ. O Núcleo de Apoio às Vítimas (NAV/MPRJ) manteve contato com entidades da sociedade civil e familiares das vítimas, prestando informações sobre os serviços disponíveis, com prioridade no acolhimento de pessoas em luto.
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Além disso, foi oferecida aos órgãos de Polícia Técnico-Científica a colaboração do Programa de Localização e Identificação de Pessoas Desaparecidas (PLID), para auxiliar na identificação das vítimas ainda não reconhecidas. Também houve a busca, junto a esses órgãos, por otimizar os fluxos institucionais relacionados à identificação e à liberação dos corpos.
A Coordenadoria de Direitos Humanos e Controle de Convencionalidade manteve diálogo com outros órgãos públicos, entidades da sociedade civil e representantes comunitários, prestando esclarecimentos sobre a atuação institucional do MPRJ, tanto na esfera coletiva, voltada à proteção dos direitos humanos, quanto na individual.
Operação Contenção
A megaoperação foi realizada nos complexos da Penha e Alemão, na última terça-feira (29), e resultou na morte de 121 pessoas, número oficial informado pela Polícia Civil. Dos mortos, quatro eram policiais. A ação também acabou em 113 prisões e 93 fuzis apreendidos.
O objetivo da ação policial, segundo o governo fluminense, era enfraquecer o Comando Vermelho (CV) e cumprir 100 mandados de prisão contra lideranças e integrantes da facção, incluindo criminosos vindos de outros estados, principalmente do Pará.