Minas Gerais lidera lista de empregadores que praticam trabalho escravo no Brasil
Estado continua no topo do ranking de empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão
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Minas Gerais continua sendo o estado com o maior número de empregadores envolvidos em práticas de trabalho análogo à escravidão no Brasil. A “Lista Suja”, divulgada nesta quarta-feira (9) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), revela que o Estado concentra 21% dos casos registrados no país, com 159 empregadores mineiros listados entre os 745 nomes no total.
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A atualização semestral, que reflete a gravidade da situação, mantém Minas no topo do ranking, posição que já havia sido confirmada na última edição, em outubro de 2024, quando o estado registrou 165 nomes de empregadores responsáveis por essas práticas.
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Entre as novas inclusões, destacam-se atividades rurais, como a criação de bovinos e o cultivo de café, que são responsáveis por grande parte dos registros. No entanto, outro setor preocupante que entrou na lista foi o trabalho doméstico, com 18 novas ocorrências, que ilustram a ampla variedade de setores onde o trabalho escravo ainda persiste.
O processo para que um nome seja incluído na “Lista Suja” envolve uma rigorosa fiscalização realizada por auditores-fiscais do trabalho, que, ao encontrarem práticas de exploração, registram oficialmente uma infração. Estes resultam em processos administrativos, com a possibilidade de defesa, mas, se confirmadas as irregularidades, a inclusão no cadastro é definitiva e sem possibilidade de recurso.
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A “Lista Suja” foi criada em 2003 com o objetivo de promover transparência sobre as ações de combate ao trabalho escravo no Brasil. As atualizações semestrais são fundamentais para informar a população e alertar sobre os responsáveis pela exploração.

O Ministério do Trabalho destaca a importância da participação ativa da sociedade, que pode realizar denúncias pelo Disque 100, ou de forma online no site do Ministério Público do Trabalho ou no site do Sistema Ipê, uma ferramenta digital segura e anônima criada em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Minas Gerais, que concentra grande parte das ocorrências, permanece com desafios significativos no enfrentamento dessa grave violação dos direitos humanos. As autoridades locais e nacionais reafirmam a necessidade de um esforço contínuo para erradicar essa prática em todos os setores da economia.