Mega apreensão de maconha em MG: entenda o esquema descoberto pela polícia
Carregamento milionário de 7 toneladas era monitorado há dias e foi interceptado no Triângulo Mineiro; operação expõe a vulnerabilidade das rodovias do Estado
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Uma investigação sigilosa da Polícia Civil resultou na maior apreensão de maconha em Minas em 2025, nesta quinta-feira (3). Foram mais de 7 toneladas da droga encontradas em um caminhão que trafegava pela chamada Rota Caipira, trajeto já conhecido das autoridades por ser usado por grandes organizações criminosas para atravessar o país.
A interceptação ocorrida em Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, revelou mais do que uma simples operação de tráfico. Ela escancarou o uso recorrente das rodovias de Minas Gerais como corredor logístico do crime organizado. Segundo o delegado Fernando Tomaz Gomes, do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc), a carga tem valor muito alto.
“É uma guerra silenciosa sendo travada nas nossas estradas. Minas não faz fronteira com países vizinhos, mas é rota de passagem obrigatória”, afirmou o delegado.

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Monitoramento e perseguição durante a apreensão de maconha em Minas
As investigações começaram há cerca de um mês, após a inteligência do Denarc captar indícios da chegada de uma carga expressiva pela Rota Caipira, ligação entre Mato Grosso do Sul e Espírito Santo, passando por Goiás e Minas. As equipes seguiram os passos dos suspeitos de forma discreta até a confirmação da movimentação, na noite de quarta-feira (2).
Com apoio da Delegacia Regional de Uberlândia, os agentes realizaram o cerco na região de Chaveslândia e, mais adiante, em Tupaciguara. Um carro, que fazia a função de batedor, garantindo que o caminhão evitasse blitz e escoltando o carregamento, foi parado e seus dois ocupantes presos. O motorista do caminhão ainda tentou jogar o veículo contra uma viatura, mas acabou contido após os policiais atirarem nos pneus.

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Facções e aliciamento
Três pessoas foram presas na operação. Duas delas são do Mato Grosso do Sul e uma de Pernambuco. Duas já tinham passagens por receptação e furto de veículo, crimes associados ao transporte de drogas. A Polícia Civil investiga a qual organização criminosa o trio pertence.
Embora as prisões tenham sido um avanço, o delegado Rodrigo Bustamante, também do Denarc, destaca que a investigação está longe de terminar: “Apreendemos celulares que serão periciados. A partir disso, vamos aprofundar a identificação da cadeia criminosa envolvida e buscar novos alvos.”