Justiça determina prisão de suspeito de invasão e furto de apartamento em Patos de Minas
Advogada relata pesadelo de ter a casa invadida por vizinho que instalou câmera e furtou objetos. Suspeito de invasão e furto em apartamento também é investigado por pedofilia
-
A Justiça determinou nesta sexta-feira (7) a prisão preventiva do suspeito de invasão e furto de apartamento de uma vizinha em Patos de Minas. O homem, de 27 anos, havia sido preso em flagrante pela Polícia Militar, na última quarta-feira (5). Ele também é suspeito de pedofilia e posse de pornografia infantil, conforme informou a PM.

A vítima, a advogada Geovana Correa, conversou com a reportagem do Paranaíba Mais e contou os detalhes do crime que sofreu dentro da própria casa.
Entenda o caso: invasão e furto em apartamento
Geovana é uma advogada de 26 anos. Gosta de ler e praticar atividades físicas no tempo livre. Ela havia se mudado para o novo apartamento em há aproximadamente dois anos, com seus gatinhos e uma cachorrinha da raça border collie.
O pesadelo começou em março deste ano. Geovana começou a perceber o “sumiço” de alguns pertences. “Eu pensei que eu tinha perdido, porque eram coisas pequenas, que você só sente falta quando vai usar”. A princípio, um pendrive e um cabo de carregador haviam sumido.
No mesmo mês, enquanto arrumava sua casa, a advogada encontrou uma câmera escondida em um móvel na sala. Sua primeira reação foi acionar a Polícia. Após registrar o boletim de ocorrência, ela notou que o dispositivo transmitia imagens ao vivo e precisava estar conectado a uma rede Wi-Fi para funcionar.
“Logo, eu pensei que era uma pessoa que mora perto de mim, porque ninguém aqui tem a senha da minha internet”, contou Geovana à reportagem.
Imediatamente, ela trocou as fechaduras do apartamento.
Após a denúncia no começo do ano, a situação parecia normalizada, mas o criminoso voltou a agir na última segunda-feira (3).
📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp
“Eu moro sozinha e percebi que coisas que eu deixo de uma forma estavam de outra”, relata Geovana. Ela sentiu falta de outro pendrive e de peças íntimas que havia colocado no cesto de roupas sujas. Seus cosméticos também haviam sido movidos. Por fim, reparou que seu token (dispositivo para acesso a processos jurídicos) havia sumido.
A situação era tão sutil que a advogada chegou a duvidar de sua saúde mental. “Como que eu estava esquecendo e perdendo minhas coisas? Comecei a achar que estava com algum transtorno”, desabafou.
No dia seguinte, a advogada resolveu ir a fundo para esclarecer a situação. Antes de sair para trabalhar, tirou fotos de seu guarda-roupa e de suas gavetas para comparar o estado dos móveis ao retornar. Quando chegou em casa, viu que de fato seus pertences estavam “sutilmente revirados”.

Foi neste momento que Geovana começou a desconfiar do vizinho e comprou duas câmeras de segurança para flagrar o que estava acontecendo. “Eu não queria demonstrar a minha desconfiança, então, quando eu via ele nas áreas comuns do condomínio, nos tratávamos bem”, conta.
Leia Mais
O flagrante
Por volta das 16h15 da última quarta-feira (5), a advogada viu, por meio das câmeras, que o suspeito entrou em seu apartamento e foi direto para o seu quarto. Ele chegou a tentar pegar algo em seu guarda-roupa, mas, assim que viu a câmera instalada recentemente, saiu rapidamente do imóvel.
“Eu entrei em desespero. Eu tive a confirmação do que eu mais temia. Eu tinha medo dessa confirmação, porque eu não queria acreditar que eu estava passando por aquilo, que eu não tinha tranquilidade na minha própria casa”, contou a advogada, visivelmente abalada.
Geovana e suas sócias foram ao apartamento e aguardaram a chegada da Polícia Militar. Quando as autoridades abordaram o suspeito, ele perguntou à vítima se eles poderiam conversar em particular. A resposta de Geovana foi categórica: “Pelo menos devolve as minhas coisas”.
O homem então entrou no apartamento e voltou para a porta com uma sacola que continha os objetos furtados. Neste momento, ele recebeu voz de prisão em flagrante. A Justiça de Patos de Minas converteu a prisão em preventiva, mantendo o suspeito preso.