Justiça condena pai a 30 anos por matar filho a facadas em Minas Gerais
Arlindo Pereira de Lima, de 76 anos, foi considerado culpado pelo homicídio de seu próprio filho em João Pinheiro
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Arlindo Pereira de Lima, de 76 anos, foi condenado a 30 anos de prisão em regime fechado pelo homicídio do filho, Renato Borges Pereira, que tinha 34 anos na época. O crime ocorreu em agosto de 2024 na comunidade de Ruralminas, em João Pinheiro, no Noroeste de Minas. O julgamento foi realizado nesta terça-feira (3), no Fórum da cidade.

Segundo informações apresentadas no processo, o réu confessou o crime e também relatou outros homicídios cometidos anteriormente, incluindo o assassinato do ex-noivo de uma de suas filhas. Durante o julgamento, a promotoria destacou o histórico de violência familiar, com base em depoimentos de testemunhas.
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O Ministério Público, por meio do promotor Flávio Feres, argumentou que o crime foi cometido por um motivo fútil e que a vítima não teve chance de se defender. Essa argumentação foi aceita pelos jurados.
Já a defesa alegou que Arlindo agiu para se proteger, alegando que ele teria sido agredido antes pelo próprio filho. Essa versão, no entanto, não foi suficiente para convencer o júri.
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Na sentença, foi determinado o cumprimento da pena em regime fechado e sem possibilidade de recorrer em liberdade. A condenação foi baseada exclusivamente no crime contra Renato Borges, embora o histórico do réu tenha sido levado em consideração no cálculo da pena.
O caso
Em agosto de 2024, o homem de 34 anos foi morto a facadas no quintal de casa, no bairro Ruralminas, em João Pinheiro. O principal suspeito do crime foi o próprio pai da vítima, Arlindo Pereira de Lima, então com 75 anos, que acabou preso em flagrante.
Segundo a Polícia Militar, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas ao chegar no local apenas constatou o óbito. O corpo apresentava ferimentos causados por arma branca.
As investigações iniciais indicaram que o crime ocorreu dentro da residência, sem sinais de invasão. Testemunhas relataram um histórico de desentendimentos entre pai e filho, agravados pelo uso frequente de álcool e drogas.
Embora Arlindo tenha, inicialmente, negado o crime, alegando que um desconhecido teria chamado a vítima no portão, a versão foi descartada após a polícia encontrar manchas de sangue em suas roupas e um canivete sujo de sangue entre seus pertences. Imagens de câmeras de segurança também não registraram movimentações suspeitas de terceiros.
Diante dos indícios, o idoso foi levado para a delegacia e o caso passou a ser investigado como homicídio qualificado.