Justiça autoriza quebra de sigilo telefônico do suspeito de matar gari

Sistema de rastreamento do veículo, incluindo registros de chamadas, comandos de voz, velocidade e rotas percorridas no dia do crime vão auxiliar investigação sobre homicídio em BH

, em Uberlândia

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A Justiça de Minas Gerais autorizou, no noite desta quinta-feira (14), a quebra de sigilo telefônico e de dados do carro do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes em uma discussão de trânsito no bairro Vista Alegre, Região Oeste de Belo Horizonte, na manhã de segunda-feira (11). A medida atende ao pedido da Polícia Civil e inclui acesso a mensagens, e-mails, comandos de voz, rotas percorridas e velocidade do veículo, com o objetivo de esclarecer as circunstâncias do crime e confirmar a autoria.

Além do sigilo telefônico, a juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza determinou que a BYD do Brasil e a operadora Claro forneçam dados completos do sistema de rastreamento do veículo, incluindo registros de chamadas, comandos de voz, velocidade e rotas percorridas entre 7h e 16h do dia do crime. As empresas têm cinco dias para atender à solicitação.

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Foto de Renê Júnior, que teve quebra de sigilo de dados para investigação - Crédito: Redes Sociais/Reprodução
Renê Júnior tem quebra de sigilo telefônico para investigação da Polícia Civil – Crédito: Redes Sociais/Reprodução

O crime ocorreu por volta das 8h55, quando Laudemir Fernandes e outros quatro garis trabalhavam na rua Modestina de Souza, próxima à avenida Tereza Cristina. Segundo testemunhas, o empresário, que dirigia um carro modelo BYD cinza, se irritou com o caminhão de coleta que bloqueava parcialmente a via e teria feito ameaças ao motorista do veículo de serviço público. Ao tentar intimidar os trabalhadores, Renê Júnior teria sacado uma arma e disparado contra o gari, que tentava apaziguar a situação. Ele chegou a ser socorrido no Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu aos ferimentos.

Na quarta-feira (13), a prisão em flagrante do empresário foi convertida em preventiva durante audiência de custódia, com a Justiça considerando a ação desproporcional e fria. Renê, que foi preso enquanto treinava em uma academia do bairro Estoril, negou ter participado do homicídio. Em depoimento ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, ele afirmou ter seguido uma rota alternativa de Nova Lima a Betim e não ter passado pelo local do crime, alegando que o veículo registrado nas imagens possuía características diferentes do seu carro.

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Imagens de câmeras de segurança já registraram o momento do disparo, mostrando a vítima correndo ferida enquanto colegas tentavam socorrê-la. A Polícia Civil agora busca novas imagens que possam comprovar o trajeto do suspeito no dia do homicídio.

A gestão municipal e a empresa terceirizada de coleta, Localix Serviços Ambientais, lamentaram a morte de Fernandes, e e colegas de trabalho descreveram o episódio como uma “violência injustificável”. A vítima deixa uma filha e demais familiares.