Jogadora de vôlei de Uberlândia fica presa em meio a protestos no Nepal
Ana Flávia Mata Galvão está em Pokhara para participar de campeonato; hotel em que estava foi invadido por manifestantes e agora a atleta enfrenta incertezas no retorno ao Brasil
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A crise política no Nepal e a onda de protestos que tomou as ruas do país atingiram diretamente a atleta Ana Flávia Mata Galvão, de Uberlândia. A jogadora de vôlei viajou ao país asiático para disputar um campeonato, mas acabou surpreendida pelos distúrbios após a renúncia do primeiro-ministro KP Sharma Oli e o bloqueio das redes sociais. Hospedada em Pokhara, Ana Flávia teve o hotel invadido por manifestantes, precisou se esconder e agora enfrenta dificuldades para retornar ao Brasil.
A jogadora já passou por vários clubes brasileiros, entre eles o sub-20 do Praia Clube (de 2011 a 2017) como levantadora. Atualmente está na equipe do Nepal Karnali Yashvis, e foi anunciada pelo time em agosto de 2025 para a temporada deste mês.
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Ana Flávia Galvão chegou ao Nepal em 1º de setembro para integrar um time local na segunda edição de um torneio de vôlei. Outra brasileira que compõe a equipe do clube é Mayra Vitória Ferreira de Souza, de Belo Horizonte, e também está na cidade.
A competição começou na sexta-feira (5) e a final estava prevista para acontecer no dia 13. Porém, nesta terça-feira (8), Ana Flávia Galvão relatou que os jogos foram cancelados e que a situação permanece incerta.
O hotel em que estava hospedada, o Bar Peepal Resort, foi alvo de depredações durante os protestos. Segundo Rafael Bose Vettorazzi, namorado de Ana Flávia Galvão, em meio à confusão, a atleta chegou a se refugiar em uma área de mata para escapar dos manifestantes. Depois, conseguiu retirar seus pertences e foi realocada para outro hotel.
Veja os relatos de Ana Flávia Galvão:
Ana Flávia Galvão mostra hotel que foi invadido e relata medo – Crédito: Arquivo Pessoal
A atleta uberlandense e Mayra Vitória Ferreira antes de serem realocadas, enquanto ainda havia manifestantes no hotel – Crédito: Arquivo pessoal
Além do cenário em que se encontra, a viagem de retorno também se tornou uma preocupação. De acordo com José Galvão, tio da uberlandense, a passagem da atleta está marcada para o dia 15, partindo da capital Katmandu, que fica a mais de 200 quilômetros de Pokhara. O trajeto até o aeroporto, porém, pode ser comprometido pela instabilidade e por bloqueios nas estradas.
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Protestos no Nepal
Os protestos no Nepal já deixaram ao menos 19 mortos. Manifestantes incendiaram a sede do Parlamento, em Katmandu, e casas de ministros, nesta terça.
O presidente Ram Chandra Paudel aceitou a renúncia do primeiro-ministro e já iniciou o processo de escolha de um novo premiê. Enquanto isso, a onda de manifestações violentas continua pelo país. O Paranaíba Mais solicitou nota à embaixada brasileira e aguarda retorno.