Golpe milionário na saúde: servidora é alvo de operação por desviar R$ 6,5 milhões em Uberlândia

"Operação Tratamento Fantasma" investiga esquema que fraudava pagamentos do Tratamento Fora do Domicílio com nomes falsos e repasses indevidos

, em Uberlândia

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Uma servidora pública municipal de Uberlândia é apontada como líder de um golpe milionário na saúde. O esquema criminoso teria desviado mais de R$ 6,5 milhões da pasta, segundo investigações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

A fraude atingia o programa Tratamento Fora do Domicílio (TFD), que custeia transporte e hospedagem de pacientes do Sistema Único de Saúde. Conforme apuração do Paranaíba Mais, o Ministério Público chegou a solicitar a prisão da mulher, mas o pedido foi negado pela Justiça. O nome da investigada não foi divulgado.

golpe milionário na saúde
Criado para ajudar quem precisa de tratamento fora da cidade, o TFD, da Secretaria Municipal de Saúde, funciona no anexo da avenida João Naves de Ávila – Crédito: PMU/Reprodução

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A “Operação Tratamento Fantasma” aconteceu na manhã desta segunda-feira (14), em ação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da 6ª Promotoria de Justiça, da Polícia Militar e da Polícia Civil. Foram cumpridos mandados de busca, bloqueio de bens e quebra de sigilo de dados dos envolvidos.

Segundo o MP, a servidora usava nomes de “laranjas” para simular pacientes e autorizar pagamentos forjados, que caíam nas contas bancárias de terceiros. Parte dos valores era usada em joias, serviços e repasses de volta aos integrantes do esquema. O golpe vinha sendo praticado há cerca de três anos.

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O MPMG ouviu pessoas listadas como beneficiárias do TFD. Muitas negaram ter qualquer doença ou tratamento fora do município, apesar de valores terem sido depositados em seus nomes.

Além da servidora, outros investigados também estão na mira por falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O Gaeco não informou quantos são os investigados, nem se atuam como servidores públicos.

Material recolhido pela Polícia CIvil (PC) em casa de servidora suspeita
Na casa da servidora investigada, a polícia apreendeu documentos, eletrônicos e outros itens que podem comprovar o desvio do programa TFD – Crédito: Reprodução

O Ministério Público afirmou ainda que o município “vem cooperando com as apurações e desenvolve paralelamente trabalho de auditoria em todos os procedimentos relacionados ao programa”. A ação mobilizou dois promotores de Justiça, dez policiais militares, dois policiais civis e servidores do Ministério Público.

Por meio de nota, a Prefeitura de Uberlândia se manifestou sobre o caso:

A Prefeitura de Uberlândia reforça que, após a gestão municipal tomar conhecimento da situação, acionou, ainda no início deste ano, imediatamente seus órgãos de controle e o Ministério Público. Além do procedimento na Promotoria, o Município também instaurou sindicâncias, processo administrativo disciplinar e processos de auditoria e revisão das circunstâncias relatadas dos últimos três anos. Portanto, o Executivo municipal permanece adotando todas as medidas internas e colaborando com as investigações.