Gêmeos autistas de 7 anos fogem de casa após suspeita de agressões da mãe

Gêmeos de 7 anos percorreram mais de 1,5 km até a residência do pai e da madrasta; Polícia Militar registrou ocorrência e Conselho Tutelar acompanha o caso

, em Uberlândia

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Gêmeos autistas de 7 anos fugiram de casa, em Uberlândia, após supostas agressões da mãe das crianças. A Polícia Militar (PM) foi acionada por volta de 13h30 da última sexta-feira (26) para atender a ocorrência, que mobilizou também familiares e o Conselho Tutelar.

Gêmeos autistas de 7 anos fogem de casa em Uberlândia e denunciam maus-tratos
Crianças de 7 anos percorreram mais de 1 km, entre a casa da mãe, até a casa do pai – Crédito: Redes Sociais/Reprodução

Segundo o registro policial, o pai das crianças relatou que os filhos trancaram a mãe dentro do imóvel e saíram sozinhos pelas ruas até chegarem à residência do pai e da madrasta, localizada a mais de 1,5 km do local. Imagens de câmeras de segurança mostram os irmãos correndo, e, conforme relatos da madrasta para a Polícia, eles repetiam que “não aguentavam mais apanhar”.

Câmeras de segurança registraram o momento em que o pai e a madrasta chegam em casa e os gêmeos correm em direção ao veículo para pedir ajuda. Veja:

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Família dividida e disputa pela guarda

As crianças são um casal de gêmeos, o menino possui diagnóstico de autismo nível 2 e a menina nível 1. O pai informou que já existe um processo judicial em andamento para revisão da guarda, com um acordo provisório que garante a ele a visita dos filhos aos fins de semana.

Em depoimento à Polícia, a mãe negou as agressões. Ela declarou que apenas chamou a atenção dos filhos com o objetivo de educá-los e disse não ter percebido quando deixaram a casa. Ainda segundo a mãe, ela tentou contato com familiares assim que notou a ausência das crianças.

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Denúncias e acompanhamento do Conselho Tutelar

De acordo com a madrasta, os gêmeos já trocaram de escola quatro vezes em apenas um ano. Ela afirma que em algumas dessas instituições professores e gestores acionaram o Conselho Tutelar após suspeitas de maus-tratos. O órgão já acompanha a situação.

O caso também foi relatado ao Ministério Público, que deve avaliar os próximos encaminhamentos. Até o momento, não houve solicitação de perícia técnica, mas todos os envolvidos (pai, mãe e madrasta) assinaram ciência do boletim de ocorrência.