Fábrica clandestina que usava betoneira para produzir cápsulas de emagrecimento é fechada em Uberlândia

Quatro unidades ilegais foram desativadas em Minas Gerais e Goiás; 29 pessoas foram presas e 51 mandados cumpridos

, em Uberlândia

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Uma operação policial fechou quatro fábricas clandestinas de medicamentos falsificados voltados para emagrecimento em Minas Gerais e Goiás, incluindo uma unidade em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Ao todo, 29 pessoas foram presas e 51 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, em ação batizada de “Panaceia”, realizada na sexta-feira (5), com apoio da Polícia Civil de Minas Gerais.

Capsulas de emagrecimento
Equipamentos de construção civil eram adaptados para fabricar remédios – Crédito: Polícia Civil de Goiás/Divulgação

Produção improvisada de cápsulas de emagrecimento

Em Uberlândia, os investigadores encontraram medicamentos produzidos de forma improvisada em residências. Em uma delas, os suspeitos usavam uma betoneira, equipamento normalmente utilizado na construção civil, para misturar insumos, enquanto em outros cômodos havia lixeiras com produtos e outras máquinas adaptadas para a fabricação das cápsulas.

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Substâncias controladas e riscos à saúde

Os medicamentos eram vendidos pela internet e enviados pelos Correios, anunciados como “100% naturais”. No entanto, laudos periciais revelaram que as cápsulas continham dez substâncias controladas, incluindo:

  • Bupropiona e fluoxetina – antidepressivos;

  • Diazepam – para ansiedade;

  • Sibutramina – para emagrecimento.

Especialistas alertam que essas drogas podem causar dependência química e psiquiátrica, e só podem ser vendidas com receita médica.

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Lucro milionário e esquema estruturado

A investigação apontou que o grupo criminoso movimentou quase R$ 20 milhões em dois anos. Além da produção ilícita, a associação manipulava finanças suspeitas, adquiria bens incompatíveis com a renda declarada e operava diversas contas bancárias. Durante a operação, foram apreendidos dinheiro, relógios, carros, 64 veículos e 63 imóveis.

Segundo a Polícia Civil de Goiás, os investigados vão responder por falsificação de medicamentos e associação criminosa, enquanto as autoridades reforçam que a prática representa alto risco à saúde pública.