Diretoria da Faculdade de Medicina da UFU se pronuncia sobre trotes violentos da torcida Medonha
Diretor da FAMED afirma que comissão disciplinar aguarda acesso a vídeos da Polícia Civil para identificar envolvidos
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A Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (FAMED/UFU) instituiu uma comissão disciplinar para investigar os trotes violentos atribuídos à torcida organizada Medonha. Em entrevista à TV Paranaíba, o diretor da FAMED, Gustavo Antoni Raimondi, explicou as medidas adotadas pela unidade acadêmica e ressaltou a dificuldade de apurar os fatos devido à ausência de registro oficial da torcida.
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“Desde que tomamos conhecimento das denúncias, na última quarta-feira (22), instituímos uma comissão disciplinar composta por dois docentes e uma técnica administrativa. Solicitamos à Polícia Civil acesso aos vídeos que registram as agressões, e estamos aguardando o material”, disse o diretor.
Segundo ele, a comissão terá 60 dias para investigar as denúncias e apresentar um parecer. Ele destacou que a torcida Medonha não possui vínculo formal com a faculdade, o que dificulta a identificação dos envolvidos. “Sem o acesso às imagens e informações claras, fica inviável apurar quem são os responsáveis. Estamos aguardando as imagens da polícia para tomar as medidas cabíveis”, afirmou.
Raimondi também enfatizou que a FAMED não reconhece nenhuma prática de trote ou ações que atentem contra a integridade física e psicológica dos estudantes. Ele defendeu que a apuração seja criteriosa e que, caso comprovadas as infrações, os envolvidos sejam punidos conforme a regulamentação interna da universidade.
Relembre o caso
A denúncia de trotes violentos no curso de Medicina da UFU ganhou repercussão nacional após a TV Paranaíba e a RECORD TV exibirem imagens e depoimentos exclusivos. O episódio investigado ocorreu durante uma festa promovida pela torcida organizada Medonha, no último domingo (19).
Entre as práticas relatadas estão agressões físicas, consumo forçado de álcool e humilhações. Uma carta enviada à polícia detalhou abusos como forçar estudantes a ficarem de joelhos em terra, apagarem cigarros na pele e serem colocados em freezers com urina.
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A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) abriu um inquérito para apurar as denúncias. Imagens obtidas mostram universitários sendo agredidos e coagidos a participar do evento. Segundo a delegada Bianca Santos Sé Prado Wanderley, há evidências de constrangimento, uso desmedido de álcool e apologia a drogas.
A UFU reforçou, em nota, que qualquer forma de trote é proibida desde 1993 e que adota medidas disciplinares para coibir essas práticas. A instituição disponibiliza canais de denúncia e o projeto “Proteger-se” para atendimento terapêutico aos estudantes que sofreram abusos.
A Associação Atlética Acadêmica do curso repudiou os atos de violência e declarou não ter vínculo com a torcida Medonha.