Após perder mais da metade dos vigilantes, quem garante a segurança na UFU?
Arrombamentos, furtos e desaparecimentos expõem a fragilidade da segurança na universidade; comunidade acadêmica pede por respostas e soluções urgentes
A rotina nos campi da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) tem sido marcada por uma crescente sensação de insegurança. Relatos de arrombamentos, roubos e invasões, desaparecimento de equipamentos de pesquisa e, mais recentemente, uma série de furtos expõem a fragilidade da vigilância na instituição. A situação se agrava com a informação de que a UFU perdeu mais da metade de seu quadro de vigilantes nos últimos seis meses nos campis de Uberlândia, Monte Carmelo, Ituiutaba e Patos de Minas. Fatos que levantam um questionamento crucial: de quem é, afinal, a responsabilidade pela segurança dentro da universidade?
A própria UFU, as forças policiais estaduais e a Polícia Federal (PF) compartilham essa atribuição. A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) é a primeira linha de atendimento às ocorrências nos campi, sendo responsável pelo policiamento preventivo e ostensivo, além de atuar em situações de emergência acionadas pela comunidade universitária ou pela administração da UFU.
Em nota, a Divisão de Vigilância (DIVIG) da UFU esclarece que a atuação da PM nos campi possui respaldo constitucional e é formalizada por meio de parcerias institucionais, respeitando a autonomia universitária. A cooperação, segundo a DIVIG, manifesta-se em ações conjuntas, patrulhamentos no entorno dos campi, instalação de câmeras de segurança e contato frequente.
A reportagem do Grupo Paranaíba buscou um posicionamento da Polícia Militar sobre sua atuação na universidade e o número de registros de ocorrências nos campi desde o ano passado, mas ainda não obteve resposta.
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A UFU também detalhou o papel da Polícia Federal, que atua em casos específicos envolvendo bens, serviços ou interesses da União, como furtos ou danos ao patrimônio da universidade. A atuação da PF ocorre mediante denúncia formal ou solicitação e encaminhamento por parte do Ministério Público Federal (MPF) e da própria universidade. Nossa equipe de reportagem tentou contato com a PF para obter informações sobre investigações em andamento na UFU, mas não recebeu retorno até esta publicação.
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Por fim, a Polícia Civil de Minas Gerais também pode ser acionada para investigar crimes de competência da esfera estadual, como homicídios, furtos simples ou lesões corporais que não envolvam diretamente interesses da União.
Em resposta ao nosso pedido de acesso à informação, a UFU assegurou que “em todos os casos, a UFU colabora com as autoridades competentes para que as medidas cabíveis sejam tomadas, assegurando a segurança e o bem-estar da comunidade acadêmica”. No entanto, a crescente onda de criminalidade nos campi levanta questionamentos sobre a efetividade dessa colaboração e a urgência de medidas mais robustas para proteger estudantes, professores, funcionários e o patrimônio da instituição. Enquanto isso a comunidade universitária aguarda por respostas concretas e ações que devolvam a segurança aos seus espaços de estudo e trabalho.
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