Após mais de 700 dias, Hamas liberta reféns israelenses em novo acordo de cessar-fogo
Grupo terrorista entregou as vítimas vivas à Cruz Vermelha; Israel libertou 2 mil prisioneiros palestinos em troca e ainda aguarda devolução de 28 corpos
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Mais de dois anos depois dos ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, o grupo Hamas libertou, na madrugada desta segunda-feira (13), os 20 reféns israelenses que ainda estavam vivos em cativeiro na Faixa de Gaza. A ação integra o novo acordo de cessar-fogo firmado entre Israel e o grupo, com mediação de Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia, e marca um dos momentos mais significativos desde o início da guerra.

Segundo informações do governo israelense, as vítimas foram entregues à Cruz Vermelha em duas etapas, sete reféns por volta das 2h, no horário de Brasília, e os outros 13, duas horas depois. Todos foram levados a uma base militar israelense, onde receberam atendimento médico e puderam reencontrar familiares.
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Em contrapartida, Israel iniciou a libertação de aproximadamente 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua por crimes relacionados a ataques contra civis israelenses. A agência Reuters informou que os detentos embarcaram em ônibus da Cruz Vermelha com destino à Faixa de Gaza, à Cisjordânia e a outros países do Oriente Médio.
O acordo foi anunciado oficialmente na quarta-feira (8) e prevê, além da troca de prisioneiros, o fim temporário dos bombardeios em Gaza e o recuo gradual das tropas israelenses. O plano, proposto no fim de setembro pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e aceito pelas partes após semanas de negociações, também contempla a devolução dos corpos de reféns mortos e o início de tratativas para a reconstrução da região.

Durante os ataques de 2023, o Hamas sequestrou 251 pessoas. Antes deste novo acordo, parte delas havia sido libertada em cessar-fogos anteriores ou resgatada em operações militares de Israel. Das 48 vítimas que ainda estavam sob poder do grupo, o governo israelense afirma que 28 morreram, embora o Hamas não tenha entregue os corpos.
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A devolução dos restos mortais é considerada uma das etapas mais delicadas do pacto. De acordo com a imprensa israelense, o grupo terrorista alega não saber o paradeiro de alguns corpos. Para tentar localizar as vítimas, a Turquia anunciou a criação de uma força-tarefa internacional que atuará em diferentes áreas da Faixa de Gaza.

Uma cerimônia no Egito deve oficializar o acordo de paz ainda nesta segunda-feira, com a presença de Trump e líderes de cerca de 20 países. Apesar do avanço diplomático, especialistas alertam que a transição política na Faixa de Gaza e o desarmamento do Hamas continuam indefinidos, e podem representar novos desafios para o cumprimento integral do plano.