Após dias na UTI, filha que comeu ovo de Páscoa envenenado morre de choque vascular
Evelyn Fernanda, de 13 anos, faleceu devido a complicações causadas por envenenamento dias após a morte do irmão, Luís Fernando
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Evelyn Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, morreu nesta terça-feira (22), cinco dias após a morte de seu irmão, Luís Fernando Rocha Silva, de 7 anos, ambos após consumirem um ovo de Páscoa supostamente envenenado em Imperatriz, Maranhão. A jovem teve um choque vascular, o que causou falência múltipla dos órgãos.
A mãe, Mirian Lira, de 32 anos, segue internada no Hospital Municipal de Imperatriz (MA) com quadro estável. A Polícia Civil mantém Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, ex-namorada do companheiro de Mirian, presa como principal suspeita, investigando o caso como homicídio premeditado.
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O que aconteceu com a jovem?
Segundo o boletim médico, o quadro clínico evoluiu para uma falência múltipla dos órgãos, após um choque vascular. “As pessoas entram em estado de choque quando sua pressão arterial se torna tão baixa que as células do corpo não recebem sangue e consequentemente, oxigênio suficiente. Assim, as células de diversos órgãos, como o cérebro, rins, fígado e coração, deixam de funcionar normalmente. Se o fluxo sanguíneo para essas células não for rapidamente recuperado, elas se danificam de forma irreversível e morrem. A morte ou dano de um grande número células podem provocar a falência do órgão onde estão e pessoa pode morrer”, informa o Manual MSD, livro didático de referência médica para médicos e estudantes.
Relembre o caso
Em 16 de abril, um motoboy entregou o ovo de Páscoa à família com um bilhete: “Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa”. Após comerem o chocolate, Luís Fernando apresentou sintomas graves e faleceu horas depois.
Evelyn e Mirian foram internadas na UTI com sintomas semelhantes, incluindo dificuldade respiratória. Evelyn morreu devido a complicações associadas a falência de órgãos, conforme o hospital.
Mirian, que estava em estado grave, vem mostrando sinais de recuperação e pode receber alta nos próximos dias, segundo boletim médico de 22 de abril.

Suspeita do crime
Jordélia Barbosa foi presa em Santa Inês no dia 17 e transferida para a Unidade Prisional Feminina de São Luís. Ela admitiu ter comprado o chocolate, mas nega o envenenamento. A polícia encontrou perucas, restos de chocolate e um bilhete de ônibus com a suspeita, além de imagens de câmeras que a mostram comprando o ovo.
A investigação aponta ciúmes como motivação, relacionada ao relacionamento de Mirian com o ex-companheiro de Jordélia. Amostras do chocolate estão em análise no Instituto de Criminalística, com resultados esperados em até 10 dias.
A Polícia Civil considera o crime premeditado, com base em evidências, como uma ligação anônima recebida por Mirian após a entrega, perguntando se o ovo havia chegado.
Jordélia viajou de Santa Inês a Imperatriz, usou disfarces, incluindo peruca, e se registrou em um hotel com identidade falsa, alegando ser uma mulher trans para evitar identificação.