Agosto Lilás: por que este mês é um grito de alerta para proteger as mulheres
Campanha marca um mês de mobilização nacional contra a violência de gênero e reforça a importância da Lei Maria da Penha
Agosto está chegando com uma cor e um propósito. O lilás, que veste o mês inteiro de conscientização, reflexão e mobilização em torno de um tema urgente e ainda alarmante, a violência contra a mulher. A campanha Agosto Lilás, instituída por lei federal, joga luz sobre os diferentes tipos de agressões que afetam milhares de brasileiras todos os anos e convida a sociedade a encarar a realidade com responsabilidade, empatia e ação.
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Criada em referência à Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, a campanha busca educar, prevenir e combater todas as formas de violência doméstica e familiar. A legislação reconhece como crime qualquer ato ou omissão baseado no gênero que cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico, moral ou patrimonial às mulheres.
E os números mostram por que o tema precisa ocupar espaço no calendário e no debate público. Segundo o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o país registrou 3.700 homicídios de mulheres em 2024, sendo 1.492 classificados como feminicídios — quando a motivação é o fato de a vítima ser mulher.
Segundo o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam) de 2025, o Brasil registrou 71.892 casos de estupro contra mulheres em 2024, o que representa uma média alarmante de 196 casos por dia.
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Outro dado que assusta. 76,6% dos agressores são homens, e o principal local das agressões é o próprio lar, cenário de 71,6% das notificações. A constatação escancara que muitas mulheres convivem com o perigo.
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Diante desse cenário, o Agosto Lilás ganha força como um instrumento de transformação. Durante o mês, são realizadas ações educativas, palestras, campanhas informativas e atividades em todo o país para divulgar canais de denúncia, fortalecer a rede de apoio às vítimas e mostrar que é possível quebrar o ciclo de violência. O objetivo é claro: que nenhuma mulher precise mais sofrer em silêncio.