Acusada de agredir gêmeos autistas, mãe se defende e apresenta versão

Mulher acusada de agredir os filhos nega maus-tratos e diz que apenas tentou educá-los; Conselho Tutelar e Justiça acompanham o caso

, em Uberlândia

-

Após a repercussão do caso em que gêmeos autistas de 7 anos fugiram de casa, em Uberlândia, a mãe das crianças apresentou a sua versão ao Paranaíba Mais. Ela é acusada pelo pai de praticar agressões contra os filhos, mas nega os maus-tratos. O nome dos envolvidos não será divulgado para resguardar a integridade das crianças.

Gêmeos autistas de 7 anos vivem rotina marcada por conflitos familiares em Uberlândia - Crédito: Redes sociais/Reprodução
Gêmeos autistas de 7 anos vivem rotina marcada por conflitos familiares em Uberlândia – Crédito: Redes sociais/Reprodução

Em entrevista ao portal Paranaíba Mais, a mulher de 31 anos afirmou que não agrediu os filhos. “Eu jamais levantei a mão para machucá-los. O que fiz foi chamar a atenção, porque eles estavam se comportando mal, e isso faz parte da educação de qualquer criança”, declarou.

Ela também disse que não percebeu quando os gêmeos fugiram de casa, na última sexta-feira (26). “Eu fui ao banheiro e eles saíram de repente, eu não vi. Assim que notei que não estavam em casa fiquei desesperada, liguei para familiares para pedir ajuda e saber se tinham notícias deles”, contou.

A mãe ressaltou ainda que considera injustas as acusações. “Estão me julgando sem ouvir o meu lado. Sou mãe, cuido deles desde o nascimento e nunca faria mal aos meus filhos”

📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

Versões opostas e disputa pela guarda

O pai das crianças sustenta a versão de que os filhos fugiram por conta das agressões. Segundo ele, ao chegarem em sua residência, os gêmeos teriam dito que “não aguentavam mais apanhar”. Câmeras de segurança registraram o momento em que correram até o carro do pai e da madrasta.

Gêmeos autistas de 7 anos fogem de casa em Uberlândia e denunciam maus-tratos
Crianças de 7 anos percorreram mais de 1 km até a casa do pai – Crédito: Câmeras de Segurança/Reprodução

As crianças são acompanhadas por especialistas, o menino tem diagnóstico de autismo nível 2 e a menina, nível 1. A Justiça já analisa um processo de revisão da guarda, que atualmente prevê visitas do pai apenas aos fins de semana. O relacionamento do casal terminou em 2019, e quatro anos depois, em 2023, teve início a disputa pela guarda dos filhos, de acordo com a mãe.

Conselho Tutelar e MP acompanham gêmeos autistas

De acordo com a madrasta, as crianças trocaram de escola quatro vezes em apenas um ano, o que já motivou registros no Conselho Tutelar. O órgão acompanha o caso e informou que a situação também foi comunicada ao Ministério Público, responsável por avaliar possíveis medidas.