Acidente com ônibus em Araguari: PC confirma excesso de velocidade e indicia motorista por homicídio

A Polícia Civil (PC) concluiu o inquérito sobre o acidente com ônibus em Araguari, que seguia de Anápolis para São Paulo, ocorrido no último dia 7 de abril, que resultou em 12 mortes. As investigações apontaram que o veículo estava com velocidade superior a 50% do permitido. A PC também indiciou o motorista do ônibus por 12 homicídios qualificados e 46 tentativas de homicídio.

A informação foi passada pelo delegado regional da PC de Araguari, Luciano Alves dos Santos, em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (15). “No laudo de levantamento de local, foi constatado que o ônibus trafegava 50% acima da velocidade permitida na via”.

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Segundo o delegado, as testemunhas confirmaram que motorista falou aos passageiros que colocassem o cinto de segurança e se segurassem, pois precisaria ‘tirar o atraso’ da viagem. “Considerando que ele conhecia a via, os elementos do laudo pericial e os relatos das testemunhas ficou caracterizado o dolo eventual. Ele assumiu o risco de produzir o resultado e foi indiciado por 12 homicídios qualificados pela impossibilidade de defesa das vítimas, além de 46 tentativas de homicídio”.

Santos acrescentou que a cópia do inquérito foi encaminhada ao Ministério Público Federal para tomar as medidas cabíveis ao caso. Ele disse ainda que hoje o motorista responde em liberdade por ter permanecido no local do acidente e ter auxiliado no socorro. Mas que foram feitas algumas representações ao Poder Judiciário, e a decisão ficará a cargo do Judiciário.

Também na coletiva, o perito criminal da PC, Daniel Luiz de Souza, detalhou que a causa do tombamento do ônibus no entroncamento da MG-413 com a MG-223 foi a velocidade excessiva. O veículo chegou ao local em velocidade incompatível com a manobra necessária para acessar o trevo e seguir rumo a Araguari. A alta velocidade combinada com o centro de gravidade elevado provocou o tombamento. Embora o condutor tenha executado uma frenagem considerável na tentativa de evitar o acidente, a curva acentuada e o excesso de velocidade foram determinantes. Após tombar, o ônibus arrastou-se e imobilizou-se cerca de nove metros para dentro do canteiro central. Souza acrescentou que o uso do cinto pelos passageiros poderia ter evitado as mortes.