Vítimas da intoxicação por falsa couve viviam e trabalhavam na mesma fazenda

A mulher de 37 anos que morreu, nesta segunda-feira (13), após a intoxicação pela Nicotiana glauca, era esposa do homem de 60 anos que está hospitalizado por também comer a falsa couve. Outros dois homens, de 64 e 67 anos, também comeram o vegetal durante um almoço em uma fazenda  às margens da BR-365, na zona rural da cidade.

Segundo a secretária de Saúde do Município, Luciana Rocha, os idosos de 64 e 67 anos moravam com o casal e trabalhavam na fazenda com eles. A intoxicação ocorreu na última quarta-feira (8). O trabalhador, de 67, ficou em observação na UPA da cidade e recebeu alta médica um dia após a hospitalização. Já o marido da mulher, de 60, e o homem de 64, permanecem hospitalizados no Hospital Santa Casa de Patrocínio, onde a esposa também estava.

Segundo o sargento do Corpo de Bombeiros, Pedro Mateus Nogueira, que atendeu à ocorrência, o casal se mudou para Patrocínio recentemente.

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O boletim médico desta segunda-feira (13) informou que o homem de 64 anos mantém confusão mental, mas apresenta função renal preservada e previsão de alta nos próximos dias. Já o homem de 60 anos, permanece em ventilação mecânica, estável, mantendo pressão adequada. A esposa teve a morte confirmada às 18h20 desta segunda, pela Secretaria de Saúde.

Além das quatro vítimas, uma criança de um ano e seis meses também estava na residência no momento em que a refeição foi preparada com a falsa couve, mas não chegou a ingerir a planta.

Segundo o sargento Pedro Mateus Nogueira, logo após a refeição, os adultos começaram a passar mal e acionaram o serviço de emergência. Os bombeiros realizaram manobras de reanimação e levou a vítima ao Pronto-Socorro de Patrocínio, onde a parada foi revertida. Outras equipes do Samu também foram mobilizadas e socorreram os demais, que chegaram a ter paradas cardíacas, mas foram estabilizados.

O que é a falsa couve

A Nicotiana glauca, conhecida como “falsa couve”, “charuteira” ou “couve-do-mato”, é uma planta silvestre altamente venenosa que pode ser confundida com a couve comum. Frequentemente encontrada em beiras de estrada, pastagens e terrenos baldios, pode atingir até três metros de altura e possui flores amarelas em formato de tubo.

Rica em nicotina e anabasina, a espécie contém alcaloides piridínicos que atacam o sistema nervoso, podendo causar paralisia muscular, parada respiratória e até morte, mesmo em pequenas quantidades. A toxicidade permanece mesmo após o cozimento, o que torna o consumo extremamente perigoso.

Autoridades de saúde orientam que apenas plantas de origem conhecida e cultivadas de forma segura sejam consumidas, e que, em caso de dúvida, o agricultor busque orientação técnica antes do plantio ou da ingestão.