Vaticano confirma AVC como uma das causas da morte do Papa Francisco; saiba quais serão os próximos ritos
Falecimento foi causado por complicações de saúde. Vaticano se prepara para os ritos de luto e para o processo de eleição de um novo Papa
-
A morte do Papa Francisco, aos 88 anos, ocorreu devido a um “acidente vascular cerebral” (AVC) e a um “colapso cardiovascular irreversível”, após o seu estado de coma. O informe foi publicado nesta segunda-feira (21), horas após o comunicado oficial de falecimento.
A constatação da morte foi realizada por meio de registro eletrocardiográfico, conforme atestado pelo Prof. Andrea Arcangeli, Diretor da Direção de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano.
De acordo com o laudo médico, Sua Santidade Francisco (Jorge Mario Bergoglio) apresentava um histórico de problemas de saúde, incluindo um episódio prévio de insuficiência respiratória aguda devido à pneumonia bilateral multimicrobiana, bronquiectasias múltiplas, hipertensão arterial e diabetes tipo II.
Com a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica entra no período de Sé Vacante, e o Vaticano já iniciou os preparativos para os ritos fúnebres e o processo de eleição do novo pontífice.
📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

Leia Mais
Ritos fúnebres e sepultamento do Papa Francisco
Os ritos fúnebres seguirão as diretrizes do Ordo Exsequiarum Romani Pontificis, atualizado pelo próprio Papa Francisco em 2024, que enfatiza a simplicidade e a espiritualidade. A agenda está dividida em três etapas principais, conhecidas como “estações”:
Preparação e verificação da morte (21 de abril): na noite de 21 de abril, às 20h (horário de Roma), o Cardeal Camerlengo, Kevin Joseph Farrell, presidirá o rito de constatação da morte na Capela da Casa Santa Marta. O corpo será vestido com uma batina branca, sem insígnias papais, conforme desejo de Francisco.
Após a cerimônia, o corpo será colocado em um caixão simples de madeira e zinco, diferente da tradição anterior que exigia três caixões (cipreste, chumbo e carvalho). O Camerlengo também selará os aposentos papais e redigirá o documento oficial de autenticação da morte.
Velório e novemdiales – nove dias de luto (23 a 30 de abril): o velório público começará em 23 de abril, quarta-feira, na Basílica de São Pedro, onde o corpo de Francisco será exposto em um caixão simples, sem pedestal elevado, por três dias (23 a 25 de abril), das 8h às 20h (horário local).
A Missa Exequial será celebrada na quarta-feira, 23 de abril, na Basílica de São Pedro, em uma procissão liderada pelo Camerlengo, com a presença de chefes de Estado e governo. Durante os nove dias de luto (Novemdiales), missas diárias serão realizadas em memória de Francisco, tanto na Basílica quanto em catedrais pelo mundo.
Sepultamento (27 de abril): o sepultamento ocorrerá no sexto dia após o falecimento, em 27 de abril, na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, conforme desejo de Francisco, que rompe com a tradição de sepultar papas nas Grutas Vaticanas.
Antes do fechamento do caixão, o rosto do Papa será coberto com um véu de seda branco, e uma bolsa com moedas cunhadas durante seu pontificado, além de um rogito (documento com detalhes de sua vida e papado), será colocada junto ao corpo. A cerimônia será restrita a líderes religiosos, autoridades e membros do Colégio Cardinalício.
A escolha de um novo Papa
Com o fim dos ritos fúnebres, o Vaticano iniciará os preparativos para o Conclave, que elegerá o sucessor de Francisco. O processo segue as normas da Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, com algumas adaptações feitas por Francisco em 2023. Confira as etapas:
Período de Sé Vacante e organização
Durante a Sé Vacante, o governo da Igreja é exercido pelo Camerlengo, atualmente o Cardeal Kevin Farrell, que coordena as Congregações Gerais. Essas reuniões, realizadas pelos cardeais, discutem os desafios da Igreja e preparam logisticamente o Conclave. Nesse período, o Colégio Cardinalício também define a data de início do Conclave, que deve ocorrer entre 15 e 20 dias após o falecimento.
O Conclave
O Conclave será realizado na Capela Sistina, com a participação de até 120 cardeais eleitores (menores de 80 anos). Os cardeais ficarão isolados no Domus Sanctae Marthae e jurarão sigilo absoluto. A eleição ocorre por escrutínio secreto, com duas sessões de votação por dia (manhã e tarde). Para ser eleito, o novo Papa precisa de dois terços dos votos. Após cada votação, as cédulas são queimadas: fumaça preta indica que não houve escolha, enquanto a fumaça branca sinaliza a eleição do novo pontífice, seguida do anúncio “Habemus Papam” da varanda da Basílica de São Pedro.
Escolha do nome e início do pontificado
Após aceitar a eleição, o novo Papa escolhe seu nome papal e é apresentado ao mundo. Sua primeira bênção, Urbi et Orbi, marca o início oficial do pontificado. A posse solene, com a Missa de Início do Ministério Petrino, ocorre geralmente uma semana após a eleição, na Praça de São Pedro.