Uberlândia lidera números de mortes por dengue no estado; doença ainda é uma ameaça
Mesmo com a queda nas temperaturas e o tempo seco, o Aedes aegypti pode se desenvolver dentro de casa e manter a transmissão ativa
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Uberlândia segue como destaque negativo no combate à dengue em Minas Gerais. Segundo dados do Painel de Arboviroses desta terça-feira (6), o município registra 18 das 58 mortes confirmadas no estado — o maior número entre as cidades do Triângulo Mineiro e também de todo o território mineiro.
Na sequência do ranking regional, aparecem Uberaba, com 11 óbitos, e Patos de Minas, com 4. Ao todo, o Triângulo concentra cerca de 72% das mortes por dengue no estado em 2025, com 42 dos 58 casos registrados. Outras 79 mortes ainda seguem em investigação em diferentes regiões de Minas.
Com a chegada do outono e a queda das temperaturas, os atendimentos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) tendem a crescer, o que pode gerar a falsa percepção de que os casos de dengue diminuem neste período.
No entanto, especialistas alertam que a dengue continua sendo uma ameaça durante todo o ano, especialmente quando há descuido com ambientes domésticos que acumulam água parada — como ralos, vasos de planta, bandejas de geladeira e outros reservatórios que servem de criadouro para o Aedes aegypti.
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Mortes em Minas Gerais
Além de Uberlândia, que concentra o maior número de mortes por dengue em 2025, outras cidades do Triângulo Mineiro e regiões vizinhas também enfrentam altos índices da doença. Uberaba aparece com 11 óbitos, seguida por Patos de Minas (4), Frutal (4), Ponte Nova (3) e Iturama (3).
O Sudoeste mineiro contabiliza 3 mortes, enquanto o Noroeste soma 5. Já o Leste do Sul registra 4 óbitos, o Sudeste e a região Central apresentam 2 mortes cada.
No total, o estado já acumula 58 vítimas confirmadas da dengue neste ano, com outras 79 ocorrências ainda em investigação.
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Baixas temperaturas e a dengue
Mesmo com a chegada do outono e a queda nas temperaturas, o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, continua se reproduzindo em locais com água parada, especialmente em ambientes domésticos, como em vasos de plantas, bandejas de geladeira, ralos com pouco uso.
As coisas não param por aí: mesmo com o frio, é difícil que as temperaturas dentro de casa caiam muito, então as larvas podem se desenvolver normalmente, em até 48h e, assim que viram mosquitos, estão bem mais próximos dos seres humanos.
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Outro fator é que, conforme o instituto Fio Cruz, “os ovos adquirem resistência ao ressecamento muito rapidamente, em apenas 15h após a postura. A partir de então, podem resistir a longos períodos de dessecação – até 450 dias”, segundo estudos. Tempo de sobra para esperar a próxima chuva ou gota d’água cair.
Aliando a esse fator, os ovos de mosquitos infectados também podem nascer com o vírus da doença, então basta um ovinho para iniciar um novo ciclo.
Em uma residência uma fêmea é capaz de picar até cinco pessoas e esse “ataque” pode acontecer em qualquer horário do dia e, apesar de viver apenas 45 dias, o mosquito Aedes aegypti pode colocar 450 ovos. Logo, apesar de não parecer, a dengue ainda continua sendo uma doença comum.