SUS adotará testes de DNA-HPV para substituir o papanicolau e melhorar diagnósticos

Mudança será implementada ainda em 2025 e aumenta a precisão na detecção precoce do HPV, podendo reduzir os casos de câncer no Brasil

, em Uberlândia

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O Sistema Único de Saúde (SUS) vai começar a substituir o Papanicolau, tradicional exame realizado para o rastreamento do câncer de colo do útero, pelo teste molecular de DNA-HPV.

A novidade, anunciada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) na última quarta-feira (26), marca um avanço na detecção precoce do vírus HPV — responsável por 99% dos casos da doença, o qual é o terceiro tipo de câncer mais comum entre mulheres no Brasil. A mudança pode aumentar a eficiência no diagnóstico e, a longo prazo, ajuda a erradicar esse tipo de câncer.

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SUS adotará testes de DNA-HPV para substituir o papanicolau
Novo exame de DNA-HPV chega ao SUS para melhorar rastreamento do câncer de colo do útero – Crédito: Agência Brasil/ Reprodução

Mas, afinal, o que muda na prática?

O novo teste detecta o DNA do HPV com mais sensibilidade e especificidade do que o Papanicolau. Isso significa que ele identifica com maior precisão se a paciente tem o vírus e, em caso positivo, qual o subtipo — algo essencial para indicar o risco de progressão para o câncer e definir o melhor acompanhamento.

Uma das principais mudanças é a frequência dos testes. Enquanto o Papanicolau exigia coletas anuais ou semestrais, o teste de DNA-HPV permite que o intervalo entre os exames seja de até cinco anos, caso o resultado seja negativo.

A coleta do novo exame continuará sendo realizada por enfermeiros capacitados na Atenção Primária à Saúde, como já ocorre hoje. O público-alvo também permanece o mesmo: mulheres de 25 a 49 anos, sem sintomas ou suspeitas de infecção.

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SUS adotará testes de DNA-HPV para substituir o papanicolau
Teste molecular oferece maior sensibilidade e amplia o intervalo entre os exames – Crédito: FetalMed/ Reprodução

Se forem detectados tipos de HPV de alto risco — como os subtipos 16 e 18 —, a mulher será encaminhada diretamente para uma colposcopia, exame mais detalhado do colo do útero.

Com maior precisão e menor necessidade de exames repetidos, a expectativa é que o novo método ajude a reduzir gastos a longo prazo com tratamentos de casos avançados.

Especialistas apontam que a mudança, somada à vacinação contra o HPV e à estratégia de rastreamento ativo (convocando as mulheres para os exames), pode levar à erradicação do câncer de colo do útero em até 20 anos.

O SUS também pretende oferecer a opção de autocoleta para populações de difícil acesso.