São Bernardo registra 6ª morte suspeita por intoxicação de metanol em bebida adulterada
Homem de 49 anos morreu em casa; número de casos investigados em São Paulo já chega a 23
São Paulo registrou nesta quarta-feira (1º) a 6ª morte suspeita por intoxicação de metanol em bebidas alcoólicas adulteradas. O caso mais recente ocorreu em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Jean Gorinchteyn, a vítima é um homem de 49 anos que morreu em casa, no bairro Rudge Ramos, na noite de terça-feira (30). O óbito ainda não foi notificado oficialmente ao governo do estado, que segue contabilizando cinco mortes relacionadas à contaminação por metanol.
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Além dessa morte, a Secretaria de Saúde de São Bernardo informou que três novos pacientes com suspeita de intoxicação foram internados no Hospital de Urgência. Ao todo, a cidade soma 13 casos em investigação, sendo quatro mortes suspeitas e oito pessoas hospitalizadas.
Situação no estado
De acordo com balanço da Secretaria Estadual da Saúde, São Paulo tem hoje 23 casos suspeitos de intoxicação por metanol, sendo sete já confirmados e 16 ainda sob investigação. Entre as mortes, uma foi confirmada na capital e cinco estão em apuração (três na capital e duas em São Bernardo).
O governo estadual montou um gabinete de crise para enfrentar a situação e determinou a interdição cautelar de estabelecimentos ligados ao consumo das chamadas bebidas “batizadas”. Nos últimos dias, foram apreendidas 50 mil garrafas de bebida com suspeita de adulteração e 15 milhões de selos falsificados.
O governador Tarcísio de Freitas destacou que o problema é estrutural e atinge todo o país. Já o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, informou que a Polícia Federal abriu investigação para rastrear a origem do metanol usado nas adulterações.
Casos devem aumentar, diz Padilha
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou durante coletiva nesta quarta-feira (1º) que o número de casos suspeitos de intoxicação por metanol deve aumentar nos próximos dias. Segundo ele, a ampliação das medidas de vigilância fará com que mais profissionais de saúde identifiquem e notifiquem ocorrências.
“Está aumentando a sensibilidade para isso, chamando mais a atenção dos profissionais de saúde, aumentando a suspeita desses profissionais e, com a notificação imediata, subindo mais rápido essa informação também”, declarou.
Padilha informou ainda que, até a noite de terça (30), 26 casos suspeitos haviam sido notificados no país. Além dos registros em São Paulo, Pernambuco comunicou três casos suspeitos nesta quarta-feira.
O que é o metanol e quais os riscos
O metanol é uma substância altamente tóxica, de difícil identificação. O consumo pode causar náuseas, convulsões, perda de visão e até a morte. Os sintomas aparecem entre seis e 24 horas após a ingestão e o atendimento médico imediato é fundamental para evitar sequelas graves.
Autoridades recomendam que qualquer pessoa que apresente sintomas incomuns após beber álcool procure urgentemente atendimento médico e realize exames laboratoriais.
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A 5ª morte confirmada
Antes do caso em São Bernardo, o governo de São Paulo havia confirmado cinco mortes ligadas à intoxicação por metanol. Uma delas foi comprovadamente causada pelo consumo de bebida alcoólica adulterada na capital paulista.
As outras quatro permanecem em investigação. Três ocorridas em diferentes regiões da capital e duas em São Bernardo. Em paralelo, foram identificadas sete intoxicações confirmadas no estado e 16 ainda em apuração.
Na capital, operações recentes resultaram na apreensão de 112 garrafas de vodca suspeitas de falsificação em diferentes pontos da cidade, incluindo 17 no bairro da Mooca. As autoridades afirmam que as investigações agora avançam sobre distribuidoras e redes de fornecimento.