Quando não se pode comer couve? Nutricionista explica riscos e restrições

Mesmo sendo rica em fibras e vitaminas, a couve exige moderação em casos específicos, especialmente entre pessoas que usam anticoagulantes ou têm distúrbios da tireoide

, em Uberlândia

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Após o recente caso de intoxicação por Nicotiana glauca, conhecida como “falsa couve”, especialistas reforçam a importância de saber identificar e consumir corretamente a couve verdadeira, alimento amplamente usado na culinária brasileira.

Mas além da confusão com plantas tóxicas, há situações clínicas em que não se deve ingerir couve com frequência, conforme explica a nutricionista Verônica Lima. “A couve é uma verdura extremamente nutritiva, rica em vitamina K e fibras, mas para pessoas que fazem uso de anticoagulantes, o consumo excessivo pode interferir no efeito do medicamento”, alerta a profissional.

A vitamina K, presente em grande quantidade na couve, atua na coagulação do sangue. Para aqueles que usam remédios anticoagulantes, o excesso dessa vitamina pode reduzir a eficácia do tratamento, aumentando o risco de complicações cardiovasculares.

Saiba quando não se pode comer couve e como consumir com segurança
Couve refogada é fonte de nutrientes importantes, mas exige moderação em quem usa anticoagulantes – Crédito: Freepik/Reprodução

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Entenda por que o excesso de couve pode ser prejudicial

De acordo com a nutricionista, o ideal é manter uma dieta equilibrada e variada, evitando o consumo diário em grandes quantidades. “Nenhum alimento deve ser consumido em excesso. Mesmo algo saudável, como a couve, precisa ser ajustado conforme o quadro clínico de cada pessoa”, reforça Verônica Lima.

Além disso, o modo de preparo influencia no valor nutricional. Couve crua preserva mais vitaminas e fibras, enquanto a cozida tem parte desses nutrientes degradada pelo calor. Em compensação, para quem tem problemas digestivos ou sensibilidade intestinal, a couve refogada é mais indicada, pois reduz o risco de desconforto gástrico.

folhas de couve
Couve crua preserva mais nutrientes, mas a refogada é melhor para quem tem sensibilidade intestinal – Crédito: Freepik/Reprodução

Quando não se pode comer couve? casos em que é melhor evitar

Embora raros, há outros cenários em que o consumo deve ser controlado:

  • Pessoas com disfunção da tireoide: o consumo exagerado e contínuo pode interferir na produção de hormônios, embora apenas em doses muito altas;
  • Pacientes em tratamento medicamentoso contínuo: deve haver acompanhamento médico ou nutricional, devido à possibilidade de interação entre nutrientes e fármacos;
  • Indivíduos com estômago sensível: por conter fibras e compostos que estimulam a digestão, pode causar gases e cólicas em excesso.

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Como consumir a couve de forma segura

Segundo a nutricionista Verônica Lima, uma porção ideal é aquela que cabe em meio prato de verduras e legumes por refeição, combinando diferentes cores e tipos de hortaliças. Ela também destaca a importância da higienização adequada e do armazenamento correto. “As folhas devem estar firmes, com cor verde intensa e sem sinais de mofo ou viscosidade. O ideal é consumir a couve o mais próxima possível da colheita”.

Atenção à conservação e aparência das folhas

Folhas amareladas, murchas ou com manchas devem ser descartadas. Mesmo que pareçam seguras, podem ter perdido nutrientes e apresentar risco de contaminação por fungos. A recomendação é armazenar sob refrigeração, mas consumi-las em poucos dias.

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Couve é aliada da saúde, mas exige consciência

Rica em vitamina K, cálcio, ferro e fibras, a couve continua sendo uma das hortaliças mais completas da alimentação brasileira. No entanto, como todo alimento funcional, deve ser consumida com orientação e moderação, especialmente por pessoas com condições médicas específicas. “A couve é uma ótima aliada da saúde, desde que usada com equilíbrio e respeito às particularidades de cada organismo”, conclui a nutricionista.