Pesquisadores se unem na busca de melhorias para pacientes com insuficiência cardíaca
Professores da UFU e da Universidade de Roma avaliam o impacto do monitoramento que une tecnologia e educação na melhoria da saúde dos pacientes
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Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia e da Universidade de Roma Tor Vergata se uniram em pesquisa sobre insuficiência cardíaca. Está em análise o impacto de monitoramento que une tecnologia e educação em saúde na melhoria da saúde dos pacientes. O objetivo da pesquisa, iniciada em 2023, é avaliar o impacto do videomonitoramento cardíaco, realizado por Whatsapp, e a educação em saúde na qualidade de vida de pessoas com insuficiência cardíaca, uma condição cardiovascular crônica. Até agora, foi observado um impacto significativo no bem estar de 40 pacientes, dos 140 observados.

A pesquisa será conduzida até 2026, quando todos os pacientes observados finalizarem o acompanhamento estudado. Entre os principais possíveis resultados do estudo, está a incorporação do acompanhamento por videomonitorização avançada no SUS aos pacientes com insuficiência cardíaca, com tecnologias brasileiras e europeias. Além disso, a pesquisa promove a internacionalização da UFU, o que, de acordo com Omar Almeida – professor do curso de enfermagem que lidera o estudo, aumenta os índices de desenvolvimento científico-tecnológico da universidade.
Como funciona a pesquisa?
Segundo Almeida, a insuficiência cardíaca impõe aos pacientes uma alta taxa de mortalidade, reduz a qualidade de vida e lava internações e reinternações frequentes. Diante deste problema, a pesquisa aborda pacientes internados devido a esta condição e, ao aceitarem participar do estudo, são divididos de maneira aleatória em dois grupos: aqueles que serão submetidos ao acompanhamento proposto pelos pesquisadores, e um grupo controle, que passa apenas pelo acompanhamento usual dos hospitais, a fim de ser feito um comparativo.
Naqueles selecionados para a intervenção proposta pelo estudo, são realizados videomonitoramentos, via Whatsapp, com enfermeiros especialistas em cardiologista, além de ações educativas, que busca ensinar os limites e os cuidados necessários para uma melhora na qualidade de vida, dentro de um quadro de convivência com a insuficiência cardíaca.
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A monitorização por chamada de vídeo é realizada em períodos de 7, 30, 60, 180 e 356 dias, quando termina o ciclo de estudo. Nessas consultas, que duram cerca de 30 minutos, além de avaliarem os pacientes, também são aplicados instrumentos que medem a qualidade de vida, o autocuidado, a aptidão cardiorrespiratória e o conhecimento acerca da doença, com o objetivo de avaliar os resultados.
A hipótese que a pesquisa levanta é que, a partir do acompahamento proposto, os selecionados para a intervenção apresentariam uma melhora em sua saúde e um maior autocuidado, em relação ao grupo controle – aquele que não faz parte do monitoramento. Até o momento, 140 pacientes foram selecionados para esta intervenção, onde 40 já terminaram o ciclo de um ano.
Entre os selecionados, “os scores de autocuidado, da qualidade de vida e o conhecimento em relação ao quadro de insuficiência cardíaca são maiores do que em relação ao outro grupo. Além disso, as vídeomonitorizações são eficazes em vários desfechos clínicos quando comparado àquele grupo controle que não participa da intervenção. O índice de mortalidade e de reinternação é bem menor.”, explicou Almeida em entrevista ao Paranaíba Mais.
Parceria internacional e financiamento

A parceria entre a UFU e a Universidade de Roma se iniciou em 2023, quando houve uma reunião entre Omar Almeida e pesquisadores italianos. “Em 2024, o professor Ercole Vellone, da Universidade de Roma, esteve em São Paulo e me convidou para participar de um curso, onde nós tivemos o primeiro contato pessoal e, a partir de então, nós estabelecemos essa parceria”, conta Almeida.
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