Os homens vivem menos e adoecem mais no Brasil; veja o que os dados revelam

Expectativa de vida masculina é de 73,1 anos, sete anos abaixo das mulheres (79,7), e causas externas, como violência e descuido com a saúde, agravam o cenário

, em Uberlândia

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Os homens vivem menos no Brasil, enfrentam mortalidade precoce e evitam a prevenção. Essa é a realidade revelada por dados oficiais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023 a expectativa de vida dos homens no Brasil foi de 73,1 anos, quase sete anos abaixo da expectativa das mulheres (79,7). Além disso, entre jovens de 20 a 24 anos, a taxa de mortalidade masculina é 4,1 vezes maior devido a causas externas, como violência e acidentes.

Outro dado alarmante do Ministério da Saúde: a taxa de suicídio entre homens é mais que o dobro da feminina, chegando a 12,6 por 100 mil habitantes. Os especialistas apontam que o descuido com a saúde física e mental e a cultura do “homem não chora” contribuem para esse cenário preocupante.

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Homens vivem menos
De acordo com pesquisa do IBGE, os homens vivem menos que as mulheres no Brasil – Crédito: Freepik/Divulgação

Homens morrem mais cedo

O IBGE divulgou em novembro de 2024 que o brasileiro vive, em média, 76,4 anos. No entanto, a diferença entre os sexos é nítida: as mulheres têm expectativa de vida de 79,7 anos, enquanto a dos homens é de apenas 73,1 anos, uma lacuna de 6,6 anos.

Essa diferença tem causas multifatoriais: historicamente, os homens se expõem mais a acidentes, violência e negligenciam cuidados médicos.

Mortalidade masculina

Jovens do sexo masculino, especialmente com idades entre 20 e 24 anos, apresentam um risco 4,1 vezes maior de morrer em comparação às mulheres da mesma faixa etária. As principais causas incluem acidentes de trânsito e homicídios, destacando que a violência urbana atinge em especial os homens jovens.

Além disso, o Censo 2022 revelou queda no número total de homens por 100 mulheres (de 98,7 em 1980 para 94,2 em 2022), refletindo a maior mortalidade masculina em todas as faixas etárias.

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Saúde mental ainda é tabu

Outro indicador alarmante é o suicídio. Dados de 2022 do Ministério da Saúde mostram que a taxa entre homens é de 12,6 mortes por 100 mil, enquanto entre mulheres é de 5,4. Isso significa que a cada quatro pessoas que cometem suicídio, três são homens, consequentemente, eles representam cerca de 79% dessas mortes.

A cultura que reforça o estereótipo de força masculina e o tabu em falar sobre emoções dificultam que homens busquem ajuda emocional e recebam apoio necessário.

Homens vivem menos
A cada quatro pessoas que cometem suicídio, três são homens, o que representa cerca de 79% das mortes relacionadas à saúde mental – Crédito: Freepik

Por que isso importa agora?

Ao celebrar o Dia do Homem, em 15 de julho, é fundamental destacar que a longevidade e qualidade de vida masculinas estão seriamente comprometidas. Prevenção deve ir além do check-up físico: envolve falar sobre emoções, buscar apoio psicológico e unir cuidados com o corpo e a mente.

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O que especialistas recomendam

  • Consultas periódicas: homens ainda resistem aos exames preventivos e visitas ao médico;

  • Falar sobre a saúde mental: compartilhar sintomas, buscar terapia ou apoio é urgente;

  • Informação e campanha: ações que rompam o tabu envolvendo as figuras masculinas;

  • Políticas públicas: incentivo ao acolhimento masculino nos serviços de saúde e educação;

Os dados oficiais comprovam que os homens têm menos tempo de vida e mais doenças, impactando suas chances de maior expectativa vida.