Olhos no céu contra o Aedes: drones revelam 444 focos de risco em Araxá

Levantamento aéreo identificou possíveis criadouros do Aedes aegypti pela cidade; bairro Novo Horizonte lidera o ranking

, em Uberlândia

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Um monitoramento aéreo revelou o que muitos não enxergam do chão: 444 pontos com potencial para abrigar o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, identificados por drones em bairros de Araxá. A tecnologia vem auxiliando as autoridades em uma missão urgente, encontrar os focos da doença antes que o mosquito encontre as pessoas.

O mapeamento é parte do terceiro ciclo de monitoramento por drones realizado pela Secretaria Municipal de Saúde. Ao sobrevoar uma área de mais de 140 hectares nos setores norte e nordeste da cidade — incluindo os bairros Pão de Açúcar, Santa Rita, Novo Horizonte, Santa Maria e Urciano Lemos — o levantamento revelou dados preocupantes.

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Drones encontram 444 focos de dengue em Araxá
Drones encontram 444 focos de dengue em Araxá durante monitoramento – Crédito: Prefeitura de Araxá/Divulgação

Entre os pontos mapeados, o principal tipo de foco está em locais com lixo — como plásticos, sucatas, latas e entulhos — que representam 36,71% do total, com 163 registros. Em segundo lugar, estão piscinas e fontes, com 140 ocorrências (31,53%). Também foram identificados tonéis e tambores (12,39%), lajes com água acumulada (8,56%), pátios com máquinas e equipamentos (3,83%), pneus (3,60%) e até caixas d’água elevadas (3,38%). O bairro que mais preocupa é o Novo Horizonte, com 164 possíveis criadouros.

Cuidando da ameaça

A partir desses dados, os agentes de combate às endemias vão iniciar visitas domiciliares nos próximos dias para investigar os locais identificados. Onde for possível, a água parada será removida. Já os pontos de difícil acesso poderão ser tratados diretamente com o apoio dos drones.

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Para a coordenadora da Vigilância em Saúde, Leninha Severo, o uso da tecnologia tem sido essencial na estratégia de enfrentamento. “O monitoramento aéreo tem sido uma ferramenta fundamental para identificar rapidamente pontos críticos de acúmulo de água. Ele nos permite mapear com precisão onde estão os possíveis criadouros do mosquito, agilizando a resposta das equipes em campo e tornando as ações de combate muito mais eficazes”, afirma.

Apesar dos avanços tecnológicos, Leninha Severo reforça que o papel da população continua sendo determinante. “Mesmo com a ação, é fundamental lembrar que a conscientização começa pelo cuidado da população: cada morador precisa fazer a sua parte, eliminando focos de água parada em suas casas e quintais”, ressalta.