Ministério da Saúde garante antídotos contra intoxicação por metanol
Compra de 2,5 mil unidades de fomepizol no Japão e mais 12 mil ampolas de etanol farmacêutico reforça estoques do SUS; primeiras remessas já foram enviadas a cinco estados
O Ministério da Saúde anunciou neste sábado (4) a compra de 2,5 mil unidades de fomepizol e mais 12 mil ampolas de etanol farmacêutico, ambos antídotos usados em casos de intoxicação por metanol presente em bebidas adulteradas. As primeiras remessas começaram a ser enviadas ainda hoje para cinco estados, enquanto a chegada do medicamento específico, adquirido no Japão em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), está prevista para a próxima semana.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a medida reforça o estoque estratégico do Sistema Único de Saúde (SUS) e garante que pacientes em situação de risco tenham acesso imediato ao tratamento. A distribuição contemplará centros de toxicologia e hospitais universitários em todo o país, seguindo protocolos científicos reconhecidos internacionalmente.
As 12 mil novas ampolas de etanol farmacêutico se somam às 4,3 mil já disponibilizadas anteriormente por hospitais universitários federais, em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). A distribuição emergencial começou pela Bahia, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso e Distrito Federal. O ministro ressaltou que o uso do antídoto não depende de confirmação laboratorial: basta a suspeita de intoxicação para que médicos iniciem o tratamento.
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Padilha reforçou ainda que a aquisição do fomepizol foi viabilizada em tempo recorde, com apoio da OPAS, junto a um fabricante japonês. O medicamento, considerado padrão-ouro no tratamento da intoxicação por metanol, chegará ao Brasil nos próximos dias e será distribuído conforme a demanda apresentada por cada estado.
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O risco do metanol é grave porque a substância, utilizada na indústria química, pode ser adicionada ilegalmente a bebidas alcoólicas sem alteração de cor, cheiro ou sabor, tornando-se quase imperceptível. Quando ingerido, o corpo transforma o metanol em compostos tóxicos capazes de causar cegueira, falência de órgãos e até morte. Entre os sintomas mais comuns estão visão borrada, tontura, dor abdominal e náusea.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também atua em paralelo, mobilizando agências regulatórias de diversos países para ampliar o acesso ao fomepizol e estruturando estoques emergenciais de etanol farmacêutico no Brasil. O órgão ainda autorizou farmácias de manipulação em todas as capitais a produzir o insumo, enquanto laboratórios da rede de vigilância sanitária aceleram a análise de bebidas suspeitas.
