Homem intoxicado por falsa couve em Patrocínio sai do coma e apresenta melhoras
Paciente de 60 anos, marido de Claviana Nunes, foi extubado e está consciente na UTI; outro paciente segue na enfermaria
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O homem de 60 anos intoxicado após ingerir falsa couve em Patrocínio saiu do coma e apresentou melhora no quadro clínico, segundo boletim médico desta sexta-feira (17). Ele é marido de Claviana Nunes da Silva, de 37 anos, que morreu após o mesmo episódio. O paciente foi extubado, está consciente, orientado e recebe oxigênio por máscara, mas permanece na UTI. Outro paciente, de 64 anos, que deixou a UTI na quinta-feira (16), segue internado na enfermaria da Santa Casa de Patrocínio, estável, mas ainda confuso.
Ambos fazem parte do grupo de quatro pessoas intoxicadas na última quarta-feira (8) após ingerirem folhas da planta Nicotiana glauca, conhecida como falsa couve, charuteira ou couve-do-mato.
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Como ocorreu a intoxicação
O caso aconteceu em uma fazenda às margens da BR-365, quando o grupo colheu folhas no quintal acreditando se tratar de couve tradicional. Poucas horas após o almoço, todos começaram a passar mal, apresentando tontura, falta de ar e parada cardiorrespiratória. As vítimas foram socorridas por equipes do Corpo de Bombeiros, Samu e Polícia Militar, sendo levadas para a Santa Casa e para a UPA de Patrocínio.
O quarto idoso, de 67 anos, recebeu alta após um dia de observação.
A morte de Claviana
Entre as vítimas estava Claviana Nunes da Silva, de 37 anos, que morreu na segunda-feira (13) em consequência da intoxicação. O corpo foi sepultado no Cemitério Municipal de Guimarânia após velório na Funerária do Baiano, onde familiares e amigos prestaram homenagens.
A sobrinha da vítima, Geovana Cristina da Silva, descreveu Claviana como uma mulher trabalhadora e generosa.
“Ela sempre foi uma fortaleza. Trabalhava, ajudava todo mundo, tinha alma boa e coração puro. Mesmo nos momentos difíceis, estava sempre sorrindo”, disse.
Segundo familiares, Claviana tinha um problema cardíaco e sofreu parada cardíaca logo após ingerir a planta.
Planta altamente tóxica
De acordo com o professor Sandro Henrique Ribeiro, doutor em Genética e Bioquímica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a Nicotiana glauca contém compostos como nicotina e anabasina, que agem diretamente no sistema nervoso.
“Essas substâncias são termoestáveis. Mesmo refogada, a planta continua tóxica e pode causar colapso em poucos minutos”, explicou o pesquisador.
O especialista alerta que o consumo acidental da planta pode ser fatal sem socorro médico imediato, já que a toxina não é eliminada nem com o cozimento.