Fábrica clandestina ligada a mortes por metanol é descoberta em São Bernardo
Proprietária da fábrica confessou que havia comprado as garrafas de uma distribuidora não autorizada; local estaria ligado à morte da primeira vítima por intoxicação
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A Polícia Civil de São Paulo localizou nesta sexta-feira (10), em São Bernardo do Campo, uma fábrica clandestina de bebidas alcoólicas ligada à morte de duas pessoas por intoxicação com metanol. As vítimas haviam consumido vodka comprada em um bar da Zona Leste da capital paulista.
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Segundo a investigação, os fabricantes usavam etanol adquirido em postos de combustível, que estava adulterado com metanol, substância altamente tóxica responsável pelos casos de intoxicação. O combustível era misturado a bebidas como vodka, aumentando o volume e a lucratividade dos produtos.
Segundo a polícia, a proprietária da fábrica confessou que havia comprado as garrafas de uma distribuidora não autorizada. O local estaria ligado à morte da primeira vítima por intoxicação com metanol.
Prisões e apreensões
Durante a operação, a proprietária da fábrica foi presa em flagrante por crime de adulteração de bebidas e será autuada por falsificação, corrupção e adulteração de produtos alimentícios, crimes que podem resultar em reclusão de 4 a 8 anos, além de multa.
Além de São Bernardo do Campo, endereços em São Caetano do Sul e na capital paulista foram vistoriados. Ao todo, oito pessoas foram encaminhadas à delegacia para prestar esclarecimentos. Garrafas, bebidas, aparelhos celulares e outros materiais foram apreendidos e enviados à perícia.
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Intoxicação e mortes por metanol
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP), o número de casos confirmados de intoxicação por metanol no estado chegou a 23, três a mais do que os dados divulgados pelo Ministério da Saúde na quarta-feira (8).
Até o momento, o Brasil registra 246 casos notificados, sendo 29 confirmados, 217 ainda em investigação, enquanto 249 ocorrências foram descartadas.
Situação em Minas Gerais
Minas Gerais registra uma notificação em investigação, relacionada a um óbito no município de Ipatinga, segundo atualização do Ministério da Saúde.
Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) desenvolveram uma tecnologia que utiliza luz e inteligência artificial para detectar metanol em bebidas com 100% de precisão, método rápido, sustentável e ambientalmente seguro, que promete auxiliar no combate à contaminação de destilados que vem provocando crise de saúde pública no país.
