Controle do diabetes avança com novas tecnologias no Brasil

No Dia Nacional do Diabetes, especialistas destacam inovações que facilitam o controle da doença e reduzem complicações para milhões de brasileiros

, em Uberlândia

Neste Dia Nacional do Diabetes, celebrado nesta quinta-feira (26), especialistas e instituições de saúde reforçam a importância da prevenção e do tratamento adequado da doença. O Brasil ocupa a 5ª posição mundial em número de pessoas com diabetes, com cerca de 16,8 milhões de adultos convivendo com a condição, segundo dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF). Em Minas Gerais, estima-se que mais de 1 milhão de pessoas tenham algum tipo da doença.

Apesar dos números alarmantes, o cenário vem se transformando com avanços no controle do diabetes, que incluem desde dispositivos inteligentes até medicamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais.

Mulher com sensor de glicose no braço para monitorar o controle do diabetes
Paciente utiliza sensor de glicose no braço para monitorar o controle do diabetes em tempo real – Crédito: Freepik

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Dispositivos vestíveis e sensores revolucionam a rotina

Uma das maiores inovações no controle do diabetes é o uso de sensores contínuos de glicose, como o FreeStyle Libre, que permitem o monitoramento dos níveis de açúcar no sangue em tempo real, sem necessidade de múltiplas picadas nos dedos. Esses dispositivos fornecem dados instantâneos via aplicativo, possibilitando ajustes rápidos na dieta, medicação ou prática de atividades físicas.

Além disso, as bombas de insulina com sistema de loop fechado, uma espécie de pâncreas artificial, representam um marco no tratamento do diabetes tipo 1, pois automatizam a liberação do hormônio conforme a necessidade do organismo, reduzindo riscos de hipoglicemia e hiperglicemia.

Novos medicamentos oferecem mais segurança

Nos últimos anos, o mercado farmacêutico lançou medicações orais e injetáveis que ajudam a controlar não só a glicemia, mas também o peso corporal e os riscos cardiovasculares. É o caso das gliflozinas e dos análogos do GLP-1, recomendados para pessoas com diabetes tipo 2. Eles vêm sendo incorporados ao protocolo de tratamento no SUS, inclusive com estudos para ampliar o acesso em larga escala.

O endocrinologista Bruno Almeida, especialista em diabetes, afirma que essas inovações já têm transformado a vida dos pacientes. “Hoje conseguimos oferecer tratamentos mais individualizados, com foco no bem-estar do paciente. A tecnologia tem sido uma grande aliada para garantir qualidade de vida e evitar complicações graves, como amputações e doenças renais”, explica.

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Acesso ainda é desafio, mas cenário é promissor

Embora o Brasil tenha avançado em relação ao fornecimento de insulinas e tiras de glicemia pela rede pública, o acesso às novas tecnologias e medicamentos ainda é limitado, especialmente fora dos grandes centros urbanos. Entidades como a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) defendem a ampliação do programa de distribuição de sensores e insumos inovadores pelo SUS.

Ainda assim, o Ministério da Saúde anunciou recentemente estudos para incorporar novos tratamentos ao SUS e ampliar campanhas de rastreamento precoce, especialmente em grupos de risco como idosos, obesos e pessoas com histórico familiar.