Colgate Total Clean Mint é novamente interditado pela Anvisa; fórmula com fluoreto de estanho está sob análise

Medida da Anvisa é preventiva e segue válida até o fim das investigações técnicas; produto não será recolhido por enquanto

, em Uberlândia

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) retomou a proibição da comercialização do creme dental Colgate Total Clean Mint em todo o Brasil, conforme publicado no Diário Oficial da União.

A decisão, inicialmente determinada em 27 de março de 2025, foi reativada após a própria Colgate retirar, em 29 de abril, o recurso que suspendia temporariamente a interdição cautelar.

A medida visa proteger a saúde dos consumidores devido a relatos de reações adversas associadas ao uso do produto.

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Produto da Colgate foi novamente interditado nas vendas
Cogalate diz colaborar com autoridades e manter padrão de qualidade – Crédito: Colgate/ Reprodução

Contexto do Caso

A interdição do Colgate Total Clean Mint, uma nova versão da linha Total 12 lançada em julho de 2024, foi motivada por notificações de reações adversas, relatadas por consumidores.

Entre 1º de janeiro e 19 de março de 2025, a Anvisa registrou oito notificações envolvendo 13 casos, com sintomas como inchaço nas amígdalas, lábios e mucosa oral, sensação de ardência, dormência, boca seca, gengiva irritada, vermelhidão e lesões bucais.

Esses efeitos, segundo a agência, impactaram significativamente a qualidade de vida dos usuários, causando dificuldades para comer, falar e até sofrimento emocional.

A suspeita recai sobre a nova fórmula do produto, que substituiu o fluoreto de sódio pelo fluoreto de estanho, um composto com benefícios antimicrobianos e anticárie, mas que pode causar reações em pessoas sensíveis.

Apesar de ser aprovado pela Anvisa, o fluoreto de estanho tem sido associado a irritações em alguns consumidores, conforme relatos em redes sociais e plataformas como o Reclame Aqui.

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Histórico do processo

Em 27 de março, a Anvisa interditou todos os lotes do creme dental por 90 dias, com base na Lei nº 6.360/1976, que prevê a retirada imediata de produtos nocivos à saúde. No mesmo dia, a Colgate entrou com um recurso, obtendo a suspensão automática da interdição, o que permitiu a retomada das vendas.

Em 30 de março, a agência suspendeu a interdição, mas emitiu um alerta sanitário recomendando que consumidores notificassem reações adversas pelo sistema e-Notivisa e interrompessem o uso em caso de irritação.

A reviravolta ocorreu em 29 de abril, quando a Colgate retirou o recurso, fazendo com que a interdição cautelar voltasse a vigorar. Em nota, a empresa afirmou que a decisão foi motivada pela “colaboração contínua com a Anvisa e pelo avanço das investigações técnicas”.

A Colgate reafirmou a segurança do produto, destacando que ele segue “padrões rígidos das agências regulatórias” e que as reações podem ser causadas por sensibilidade individual a ingredientes como fluoreto de estanho, corantes ou sabores.

Recomendações aos consumidores

A Anvisa orienta que os consumidores verifiquem se possuem o produto interditado. Na embalagem secundária (cartucho), deve constar o número de processo 25351.159395/2024-82. Na bisnaga, a presença de “fluoreto estanoso” na composição indica que o produto é o Colgate Total Clean Mint. A agência recomenda:

  • Suspender o uso em caso de sintomas como ardência, inchaço, vermelhidão ou lesões bucais.

  • Notificar reações adversas pelo sistema e-Notivisa, disponível no site da Anvisa.

  • Acompanhar atualizações no portal da agência (www.gov.br/anvisa) para informações sobre o término das investigações.

  • Procurar um profissional de saúde se os sintomas persistirem.

Os pontos de venda devem separar o produto e evitar sua comercialização, embora não haja determinação de recolhimento no momento. A Colgate disponibilizou o canal de atendimento 0800-7037722 para esclarecimentos e orienta a suspensão do uso em caso de desconforto, oferecendo troca do produto.