Casos graves de picada de escorpião acendem alerta para prevenção contínua

Crianças e idosos são as populações mais vulneráveis a desenvolver complicações graves após uma picada de escorpião

, em Uberlândia

A recente notícia do socorro aéreo a uma criança de apenas 7 anos, após ter sofrido uma picada de escorpião em Mariana e transportada às pressas para Belo Horizonte devido à gravidade de seu estado, lança luz sobre os perigos que esses animais peçonhentos representam. No Triângulo Mineiro, a situação também demanda atenção constante, com alta incidência de escorpiões e consequentes acidentes por picadas.

picada de escorpião
Esses aracnídeos buscam abrigo e, principalmente, alimento em áreas próximas às residências – crédito: divulgação Ministério da Saúde

Dados epidemiológicos ao longo dos anos confirmam o aumento de acidentes com escorpiões nos períodos de temperaturas mais elevadas e maior umidade, reforçando a necessidade de vigilância e medidas preventivas contínuas por parte da população e do poder público.

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Embora a maioria dos casos de picada de escorpião resulte em quadros clínicos leves, é fundamental reconhecer o risco e adotar medidas eficazes para evitar esses encontros perigosos. Crianças e idosos são as populações mais vulneráveis a desenvolver complicações graves após uma picada, ressaltando a necessidade de cuidados redobrados nos ambientes que frequentam.

Por Que Eles Aparecem? Entendendo o Escorpião-Amarelo

O escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), espécie mais comum e de importância médica no Sudeste, adapta-se facilmente a ambientes urbanos. Esses aracnídeos buscam abrigo e, principalmente, alimento em áreas próximas às residências. O acúmulo de lixo, entulhos, madeiras e a presença de baratas – sua dieta principal – são grandes atrativos. O período chuvoso, com a saturação de galerias e outros esconderijos naturais, também força esses animais a procurar locais secos, facilitando a entrada em casas e apartamentos através de frestas, ralos e vãos.

Prevenir é a Melhor Arma Contra Acidentes

A forma mais eficaz de se proteger contra as picadas de escorpião é agir na prevenção, eliminando as condições que favorecem a presença e a proliferação desses animais. Incorporar algumas medidas simples à rotina de cuidados com a casa e o quintal pode fazer toda a diferença:

  • Mantenha a Limpeza Rigorosa: elimine focos de atração e abrigo, como lixo acumulado, entulhos, restos de materiais de construção, madeiras empilhadas, folhas secas e telhas velhas. Mantenha jardins e quintais limpos e a grama sempre aparada.
  • Descarte de Lixo Adequado: acondicione o lixo doméstico em sacos plásticos resistentes e bem fechados. Descarte-o corretamente e evite o acúmulo, pois o lixo atrai baratas, que são presas dos escorpiões.
  • Vede Pontos de Acesso: instale telas de proteção em ralos de chão, pias e tanques. Utilize vedadores nas soleiras das portas e janelas. Reboco frestas e rachaduras em paredes, pisos e muros. Verifique e vede vãos entre forros e paredes. Mantenha caixas de gordura e esgoto bem vedadas.
  • Cuidado ao Manusear Objetos e Materiais: sempre utilize luvas de proteção ao manusear entulhos, lenha, tijolos, pedras ou durante atividades de jardinagem e limpeza de áreas externas.
  • Inspeção de Roupas e Calçados: crie o hábito de sacudir roupas, toalhas, calçados e roupas de cama antes de usá-los, especialmente se estiverem guardados em locais úmidos ou tiverem ficado no chão.
  • Afaste Camas e Berços: mantenha camas e berços afastados das paredes (cerca de 10 cm) e evite que lençóis ou mosquiteiros toquem o chão.
  • Atenção em Viagens: ao se hospedar ou visitar locais fora de sua residência, especialmente em áreas com histórico de escorpiões, verifique o ambiente, camas e pertences antes de utilizar.

Em Caso de Picada: saiba como agir corretamente

Apesar de todas as precauções, acidentes podem acontecer. Saber como agir rapidamente e corretamente é crucial para minimizar os riscos:

  1. Lave o local: lave a área da picada imediatamente com água e sabão.
  2. Procure ajuda médica urgente: dirija-se à unidade de saúde mais próxima sem demora. O atendimento rápido permite a avaliação clínica, o manejo da dor e a identificação da necessidade de soro antiescorpiônico, que só deve ser administrado por profissionais de saúde em ambiente hospitalar.
  3. Se possível e seguro, leve o animal: se for possível capturar o escorpião sem riscos (utilizando um pote ou outro recipiente, nunca tocando diretamente), leve-o para a unidade de saúde. A identificação da espécie pode ser valiosa para orientar o tratamento.
  4. Não use métodos caseiros: evite categoricamente práticas como torniquetes, cortes no local da picada, sucção do veneno ou aplicação de substâncias (álcool, querosene, borra de café, etc.). Essas medidas não impedem a absorção do veneno e podem agravar a situação ou causar infecções.
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Para emergências toxicológicas ou em caso de dúvidas sobre o que fazer, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox-MG) oferece suporte especializado pelos telefones 0800-7226001, (31) 3239-9308, 3239-9390 e 3224-4000.