Casos de febre Oropouche ultrapassam 10 mil no Brasil; Minas ocupa 3º lugar no ranking

O estado de Minas Gerais aparece em terceiro lugar no ranking nacional, com 682 casos confirmados, ficando atrás de Espírito Santo (6.123) e Rio de Janeiro (1.900)

, em Uberlândia

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O Brasil vive um aumento expressivo nos casos de febre Oropouche em 2025. De acordo com o Ministério da Saúde, já são 10.076 registros da doença, número que representa uma alta de mais de 50% em relação ao mesmo período do ano passado. O país, inclusive, registrou em 2024 as primeiras mortes no mundo provocadas pela doença.

Minas Gerais ocupa 3º lugar no ranking nacional de febre Oropouche, que já soma mais de 10 mil casos
Minas Gerais ocupa 3º lugar no ranking nacional de febre Oropouche. Crédito: Reprodução/ Bruna Lais Sena do Nascimento -Laboratório de Entomologia Médica/SEARB/IEC

O estado de Minas Gerais aparece em terceiro lugar no ranking nacional, com 682 casos confirmados, ficando atrás de Espírito Santo (6.123) e Rio de Janeiro (1.900). No território mineiro, a região do Vale do Aço concentra a maior parte das ocorrências.

O cenário é considerado preocupante. Em apenas cinco meses, o país já se aproxima do total de casos registrados durante todo o ano de 2024, que foi de 13 mil infecções. O aumento é atribuído, em parte, à ampliação dos testes diagnósticos e à maior vigilância das autoridades de saúde, mas também ao impacto das mudanças climáticas, que favorecem a proliferação do mosquito transmissor, conhecido como maruim.

Primeiras mortes no país

Até o ano passado, não havia registros de mortes por febre Oropouche no Brasil. Agora, são quatro óbitos confirmados: três no Rio de Janeiro e um no Espírito Santo.

Esse avanço preocupa, principalmente pela possibilidade de transmissão vertical — quando o vírus é passado da mãe para o bebê durante a gestação.

Por que os casos estão aumentando?

Um estudo da Fiocruz Amazônia e da Unicamp revelou que uma nova variante do vírus Oropouche se replica cem vezes mais em células de mamíferos do que a cepa original, o que pode explicar a alta velocidade de transmissão.

Além disso, eventos climáticos extremos na Amazônia têm alterado a dinâmica de circulação do vírus

Sintomas e sinais de alerta

A febre Oropouche é uma doença viral que provoca:

  • Febre alta

  • Dor de cabeça intensa

  • Dores musculares e nas articulações

  • Náusea, vômito e diarreia

Os casos mais graves podem apresentar desidratação severa, dor incontrolável e complicações em idosos, crianças, gestantes e pessoas imunossuprimidas.

O diagnóstico é feito por meio de Exame PCR, que detecta o vírus no sangue e testes sorológicos (IgG e IgM), que identificam a presença de anticorpos.

Não há tratamento específico. O cuidado é aliviar os sintomas e garantir hidratação constante até a recuperação.

Como se prevenir

A prevenção segue os mesmos cuidados recomendados para doenças como dengue e chikungunya:

  • Uso de roupas de proteção (calças, camisas de manga longa e calçados fechados);

  • Telas e mosquiteiros em residências;

  • Repelentes (embora a eficácia contra maruins não seja totalmente comprovada);

  • Evitar acúmulo de matéria orgânica no ambiente;

  • Cuidados especiais com gestantes, que devem evitar locais de risco.