Campanha Setembro Verde reforça importância de autorizar doação de órgãos
Somente no primeiro semestre de 2025, 4.826 transplantes já foram realizados no Brasil, mas fila de espera ultrapassa os 78 mil
O Setembro Verde é o mês dedicado à conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos no Brasil. A campanha tem como objetivo informar a população sobre a importância de se tornar doador e estimular o diálogo familiar, já que a autorização dos parentes é necessária para que a doação aconteça.
O período também serve para refletir sobre a situação das pessoas que aguardam um transplante, enfrentando longas filas e a espera por órgãos compatíveis. Atualmente, mais de 78 mil pessoas estão na fila de espera por algum tipo de transplante, principalmente de rins e córneas, segundo dados do Ministério da Saúde.
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Como funciona a fila de transplantes
No Brasil, a fila de transplantes é organizada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que prioriza os pacientes de acordo com urgência clínica, compatibilidade do órgão, tempo de espera e estado de saúde.
Quando um órgão se torna disponível, ele é inicialmente oferecido aos pacientes mais compatíveis no estado, podendo ser enviado a outros estados caso não haja compatibilidade local. Pacientes e familiares podem acompanhar sua posição na fila por meio dos centros de transplantes e do sistema SNT.
Em Minas Gerais, cerca de 8.500 pessoas aguardam um transplante, sendo que a maior demanda é por córneas (aproximadamente 4.400) e rins (cerca de 3.900).
Desafios e avanços dos transplantes
Segundo Omar Lopes Cançado, diretor do MG Transplantes, órgão responsável por coordenar a política de transplante de órgãos e tecidos em Minas Gerais, o maior desafio para o aumento da doação é a recusa familiar, que ocorre em cerca de 45% dos casos.
O Relatório Brasileiro de Transplantes do 1º semestre de 2025, elaborado pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, mostra que, apenas entre janeiro e junho deste ano, foram realizados 4.826 transplantes de órgãos e tecidos no país. Em 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) bateu recorde histórico, com mais de 30 mil transplantes realizados.
O relatório também indica que os homens representam quase o dobro dos doadores em relação às mulheres (1.268 contra 767), evidenciando como o perfil do doador influencia a dinâmica das filas.
Em Minas Gerais, programas como o PRODOT (Programa de Doação de Órgãos e Tecidos) e o Plano Estadual de Doação e Transplantes (PEDT) buscam aumentar o número de doações e melhorar o acolhimento das famílias, estimulando a autorização para doação e otimizando o aproveitamento dos órgãos.
Entre os avanços recentes, o estado registrou 2.400 transplantes de órgãos em 2024, o melhor desempenho da década, e projeta superar esse número em 2025, com crescimento estimado de 8% no primeiro semestre.
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A importância do Setembro Verde
O Setembro Verde e o Dia Nacional de Doação de Órgãos reforçam a necessidade de conscientização sobre a doação. Cada decisão individual pode salvar vidas, e o diálogo familiar é essencial para reduzir o tempo de espera nas filas e aumentar a taxa de doações, beneficiando pacientes em todo o país.
Para Omar Lopes, “campanhas como o Setembro Verde são fundamentais para esclarecer a população sobre a importância da doação”.