Banho quente no inverno: conforto que pode custar caro à pele, à saúde e ao bolso
Pesquisas mostram que a água muito quente pode danificar a barreira cutânea, enfraquecer os fios e elevar o consumo energético residencial
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Na estação mais fria do ano, o banho quente no inverno se torna um dos momentos mais esperados do dia. A água aquecida relaxa, alivia tensões e espanta o frio. Mas o que parece ser só prazer pode esconder armadilhas para a pele, os cabelos, a saúde respiratória e até para a conta da energia elétrica.
Apesar dos benefícios imediatos, especialistas alertam que o banho quente demais e frequente, pode causar ressecamento da pele, enfraquecimento dos fios e aumento do consumo de energia elétrica, especialmente quando os banhos se prolongam.
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Pele mais sensível e sem proteção natural
O calor da água retira a oleosidade natural da pele, comprometendo sua barreira de proteção. Uma pesquisa publicada na revista Journal of Clinical Medicine constatou que o contato com água quente aumenta significativamente a perda de água transepidérmica, o pH e aumenta os sinais de vermelhidão, comprovando a agressão da barreira da pele
Além disso, a baixa umidade do ar, típica da estação, potencializa esse ressecamento, exigindo maior atenção com a hidratação após o banho.
Fios sem brilho e couro cabeludo desequilibrado
O cabelo também sofre. A água quente elimina o sebo natural que protege os fios, deixando-os opacos, frágeis e suscetíveis à quebra . No couro cabeludo, a perda de proteção natural pode intensificar a produção de óleo, provocando caspa e coceira.
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Banho quente no inverno pesa no bolso
No Brasil, o chuveiro elétrico é responsável por cerca de 26% do consumo de energia no inverno. Com potência que pode chegar a 7.500 W, cada minuto a mais no chuveiro quente se reflete diretamente na conta de luz. Alternativas econômica como duchas, uso de aquecimento solar ou a gás, e limitar banhos a 5–10 minutos ajudam a reduzir custos.
Efeitos colaterais no sistema respiratório e sono
Apesar das advertências, os banhos mornos ou quente-mornos ainda têm seus benefícios. Ajudam a relaxar músculos, melhorar a circulação e potencializar a qualidade do sono. Um estudo da Harvard Medical School indica que banhos cerca de 1 a 2 horas antes de dormir podem reduzir o tempo para adormecer e promover sono mais profundo, desde que a temperatura esteja equilibrada.
Recomendações baseadas em evidência
Para também usufruir do conforto do inverno sem os prejuízos, os dermatologistas e pesquisadores recomendam:
| Medida | Benefício |
|---|---|
| Água morna (≈37–40 °C) | Preserva a barreira da pele e evita agressão térmica |
| Banhos curtos (5–10 minutos) | Reduz dano à pele e cabelo e economiza energia |
| Hidratação imediata pós-banho | Repõe lipídios e umidade, evita ressecamento e irritação |
| Proteção térmica nos cabelos | Minimiza danos se for usar secador ou chapinha |
| Evitar horário de pico | Banhos antes das 18h ajudam a economizar energia |