Baixa vacinação acende alerta após novos casos de sarampo em Uberlândia
Segundo a Secretaria de Saúde, das 3.600 crianças com até cinco anos que estão com a vacinação incompleta, 2.200 não têm nenhuma dose registrada
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A Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia confirmou, nesta sexta-feira (24), dois casos de sarampo em crianças e acendeu um alerta para o risco de novas contaminações. Segundo o secretário de Saúde, Adenilson Lima e Silva, os diagnósticos foram feitos em uma Unidade de Atendimento Integrado (UAI) e estão sendo acompanhados pela Vigilância Epidemiológica.
O último registro da doença na cidade havia ocorrido em 2019, quando foram confirmados 25 casos — período em que o país enfrentava um surto, com cerca de 10 mil ocorrências.
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Sarampo em Uberlândia
Os dois casos de sarampo em Uberlândia foram identificados em uma Unidade de Atendimento Integrado (UAI), mas sem especificar qual bairro. Segundo o Secretário, todas as pessoas que estiveram no local horas antes e horas depois do atendimento das crianças deverão se vacinar contra a doença. “Esses dois casos foram identificados em uma unidade de pronto atendimento. As pessoas que estavam no local duas horas antes e duas horas depois do atendimento das crianças serão convocadas para atualizar o cartão de vacina, assim como toda a equipe assistencial”, afirmou Lima.
O mesmo protocolo será aplicado às equipes assistenciais da unidade e às pessoas que tiveram contato com as crianças em outras unidades de saúde. Segundo Lima, mensagens de texto, WhatsApp e ligações serão usadas para convocar os contactantes. “Esses dois casos foram identificados em uma unidade de pronto atendimento.
Os pais das crianças, vizinhos e colegas da escola também estão sendo monitorados. Além disso, um bloqueio vacinal será realizado no local de trabalho do pai de uma das crianças e na escola da irmã, onde já foi iniciado o processo de atualização dos cartões de vacinação.
Cobertura vacinal abaixo do ideal
O secretário destacou que Uberlândia enfrenta uma baixa cobertura da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. “Temos apenas 89% das crianças com a primeira dose e 81% que ainda não receberam a segunda dose. Fizemos uma busca ativa e detectamos que 3.600 crianças com até cinco anos estão com a vacinação incompleta. Destas, 2.200 não têm nenhuma dose registrada, 650 receberam apenas uma, e 736 têm apenas a segunda dose aplicada”, explicou.
A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de 95% de cobertura vacinal para garantir a imunidade coletiva e evitar surtos.
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Casos recentes reforçam preocupação nacional
O cenário não é isolado, em julho, quatro pessoas que viajaram à Bolívia foram contaminadas e levaram o vírus ao Tocantins, onde 25 casos foram confirmados. No mês passado, duas pessoas vindas do mesmo país voltaram infectadas e transmitiram a doença a uma terceira pessoa no Mato Grosso.
Além disso, uma mulher de 46 anos foi diagnosticada no Maranhão, e agora os dois casos em Uberlândia reforçam a preocupação com o avanço do vírus no país.