Baixa vacinação agrava surtos respiratórios e leva UAIs ao limite em Uberlândia, entenda a situação
Com apenas 37% da população-alvo vacinada contra a gripe, unidades de saúde enfrentam longas filas
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O avanço das síndromes respiratórias em Uberlândia tem lotado as Unidades de Atendimento Integrado (UAIs) e levou a cidade a decretar emergência em saúde pública. Com baixa vacinação, a cidade já soma 43 mortes em 2025 causadas por doenças respiratórias, de acordo com registros do setor de pneumologia do município.

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Apenas 37% da população-alvo foi vacinada contra a gripe, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A situação agrava a superlotação nas unidades de saúde, onde os casos de síndromes respiratórias são hoje os mais frequentes.
No grupo prioritário:
47,6% dos idosos foram imunizados
34,1% das gestantes
Cerca de 30% das crianças
Nenhum grupo alcançou a cobertura mínima ideal de 50%. Isso contribui diretamente para o aumento de casos graves e sobrecarga nos serviços de saúde.
O secretário de saúde Adenilson Lima reforçou, em entrevista ao Balanço Geral nesta segunda (26), que a vacina leva de 15 a 20 dias para gerar imunidade e que o cenário pode piorar com as baixas temperaturas. “Estamos enfrentando dois picos: dengue e das síndromes respiratórias. Por isso, reforçamos o pedido para que as famílias se vacinem quanto antes”, alertou.
Superlotação nas UAIs
Nesta segunda (26), a TV Paranaíba percorreu as Unidades de Atendimento Integrado (UAIs) de Uberlândia e constatou o cenário de superlotação, com filas, longas esperas e pacientes relatando falta de estrutura e demora no atendimento.
Na UAI Luizote, entre os diversos pacientes, estavam muitas crianças e uma mãe relatou a longa espera. “Chegamos 8h30 da manhã, já são mais de 3 horas esperando. Perdi o dia de trabalho. Meu filho está com suspeita de dengue. Viemos ontem, saí meia-noite, e tive que voltar hoje para buscar o resultado. A situação tá um caos, precisa de mais organização”.
Já na UAI Tibery, a uma das queixas é sobre a divergência entre o que mostra o aplicativo e o que os pacientes vivenciam. Muitos apontam que o sistema digital não retrata a real situação nas unidades.
A situação mais crítica foi registrada na UAI Planalto, onde 67 pessoas esperavam por consulta e 27 por acolhimento. Muitos pacientes já estavam na terceira tentativa de atendimento, sem sucesso.
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Outras unidades, como as UAIs Roosevelt, São Jorge e Martins, também apresentaram filas longas e atrasos. Na Roosevelt, a falta de estrutura impactou até pacientes idosos. Um senhor desabafou: “Minha mãe de 85 anos estava muito mal. Ontem não tinha cadeira de rodas, nem maca. Muita gente no corredor, um caos, demorando atendimento. As autoridades deveriam ver o que está acontecendo”.
Em todos os pontos visitados, o cenário era o mesmo: superlotação, espera prolongada e muitos casos de sintomas respiratórios.
Ações emergenciais
Entre as medidas adotadas pela Prefeitura estão o aumento no número de médicos, com uma média de 10 profissionais por UAI em pronto atendimento, o reforço das equipes de enfermagem, a ampliação do horário de funcionamento das salas de vacinação e a construção de novas unidades — uma no bairro Morumbi, outra na região Oeste, além da ampliação da UAI São Jorge.
O secretário de Saúde, Adenilson Lima, também anunciou uma grande campanha de vacinação prevista para o início de junho, voltada principalmente aos grupos mais vulneráveis.
“É um momento difícil para todo o país. Mesmo com todos os esforços, precisamos do apoio da população para evitar o colapso”, afirmou.