As principais tendências e desafios da saúde no Brasil em 2025

Avanços tecnológicos, envelhecimento populacional e desigualdades no acesso marcam o cenário da saúde no país

, em Uberlândia

O setor de saúde no Brasil passa por transformações significativas em 2025, impulsionadas por inovações tecnológicas, desafios estruturais e mudanças demográficas. 

A telemedicina se consolida, a inteligência artificial ganha espaço no diagnóstico e tratamentos personalizados, enquanto o país lida com o envelhecimento da população e a desigualdade no acesso aos serviços de saúde.

Agentes comunitários de saúde
Crédito: Freepik

Avanços tecnológicos transformam o atendimento médico

A inteligência artificial (IA) está cada vez mais presente nos hospitais e consultórios. Algoritmos avançados auxiliam médicos na detecção precoce de doenças e na personalização de tratamentos, tendência conhecida como medicina de precisão. “O uso da IA permite diagnósticos mais rápidos e precisos, reduzindo erros médicos e melhorando os resultados para os pacientes”, explica a médica e pesquisadora da Fiocruz, Mariana Costa.

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A telemedicina, impulsionada pela pandemia de COVID-19, se consolida como uma alternativa para ampliar o acesso a especialistas. Atualmente, consultas virtuais são comuns, reduzindo filas e levando atendimento a regiões remotas. Segundo o Ministério da Saúde, em 2024, mais de 10 milhões de atendimentos foram realizados por meio de plataformas digitais, número que deve crescer neste ano.

Outra inovação é a aplicação da Internet das Coisas (IoT) na saúde, com dispositivos inteligentes monitorando pacientes em tempo real. Equipamentos conectados permitem que médicos acompanhem a evolução de quadros clínicos à distância, evitando internações desnecessárias e reduzindo custos hospitalares.

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Envelhecimento da população pressiona sistema de saúde no Brasil

A projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que, em 2025, mais de 15% da população brasileira terá 60 anos ou mais. Esse crescimento da população idosa gera desafios para o sistema de saúde, que precisa se adaptar para oferecer um atendimento mais especializado.

A demanda por médicos geriatras, fisioterapeutas e cuidadores cresce, mas a oferta desses profissionais ainda é limitada. “O Brasil precisa investir urgentemente na capacitação de profissionais para lidar com o envelhecimento populacional, além de ampliar programas de atenção domiciliar”, avalia o gerontólogo Carlos Mendes.

saúde no brasil
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Hospitais públicos e privados também enfrentam dificuldades para atender a esse público. O aumento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, exige investimentos em prevenção e acompanhamento contínuo.

Desigualdade no acesso à saúde persiste

Apesar dos avanços tecnológicos, o acesso à saúde ainda é desigual no Brasil. Em grandes centros urbanos, hospitais modernos oferecem tecnologia de ponta, enquanto, em regiões mais afastadas, a população enfrenta dificuldades para conseguir atendimento básico.

O Sistema Único de Saúde (SUS) tem buscado ampliar o acesso com investimentos em infraestrutura e digitalização dos serviços. Em 2025, o orçamento do Ministério da Saúde aumentou 2% em relação ao ano anterior, segundo relatório da Câmara dos Deputados. No entanto, especialistas alertam que os recursos ainda são insuficientes para atender a crescente demanda.

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Doenças emergentes e mudanças climáticas preocupam especialistas

O aumento dos casos de dengue preocupa autoridades sanitárias. O Ministério da Saúde prevê um crescimento significativo da doença em 2025, devido às mudanças climáticas e à proliferação do mosquito Aedes aegypti. Estados como São Paulo e Minas Gerais já registram aumento nos atendimentos de pacientes com sintomas da doença.

Além da dengue, as mudanças climáticas também afetam a saúde respiratória da população. A poluição do ar e as ondas de calor impactam principalmente idosos e crianças, aumentando os casos de doenças como asma e bronquite. Cidades como Fortaleza e Rio de Janeiro adotaram programas para monitorar a qualidade do ar e reduzir os impactos do calor extremo na saúde pública.

Investimentos no SUS e programas sociais são reforçados

O governo federal tem apostado na ampliação do SUS e no fortalecimento de programas sociais como estratégia para reduzir desigualdades na saúde. Estudos indicam que o Bolsa Família contribuiu para a redução de mais da metade dos casos de tuberculose entre populações vulneráveis, evidenciando a relação entre políticas sociais e saúde pública.

“Investir na atenção primária é essencial para reduzir a sobrecarga nos hospitais e melhorar a qualidade de vida da população”, afirma a sanitarista Fernanda Almeida.